Durante o período de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a prometer algumas medidas para Roraima, como o destravamento da regularização de terras, ligação ao sistema nacional de energia, zoneamento econômico ecológico, migração venezuelana e até rever a demarcação de áreas indígenas. No entanto, com quase um ano de gestão, muitas das determinações ainda não tomaram forma. A avaliação é que falta apoio do Governo Federal para o Estado.
A consideração é do senador Telmário Mota (Pros), durante o programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM no domingo, 27. Para o parlamentar o presidente anuncia as medidas, porém volta atrás quando vê que a atividade pode atingir negativamente a sua popularidade.
A avaliação é que o presidente “está em dívida com o Estado”, principalmente por conta do seu alto índice de votação nas últimas eleições.
“O presidente veio em Roraima e fez todas essas promessas. De abrir garimpo, de resolver a questão da energia. Disse até que se fosse Rei de Roraima, o Estado seria o mais rico do mundo. E tenho dito que agora ele é o dono de Roraima. Ele é mais do que isso, ele é dono do Brasil. Mas o presidente dá ré nas suas decisões”, declarou Telmário.
O senador também criticou uma possível falta de mudança na gestão atual, defendida pelo presidente, em especial em Roraima. Telmário diz que dos 27 cargos federais do Estado, somente três foram mudados desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República.
“Dois deles, um do Dsei Yanomami e outro do Dsei Leste foi mudado. O do Incra o nome foi ratificado, que era indicação do MDB. Os outros são todos frutos de indicações do MDB ainda. Não mudou ninguém”, relata. “Inventaram agora que tem que ser indicação de bancada. Os valores pessoais dos parlamentares se perderam de vista”, completou.
IMPEDIMENTO – A consideração do parlamentar é que o Estado não está no caminho do desenvolvimento, como era esperado, por dois motivos principais: a corrupção e a falta de apoio do Governo Federal.
“Roraima está afundado por corrupção e falta de compromisso do Governo Federal para com o Estado. Os parlamentares são culpados disso. As pessoas negociavam com o seu umbigo, emenda para eles, para ganhar 10% em favorecimento próprio, e não negociavam em prol do Estado”, afirma Telmário. “Negociavam coisas pequenas, para encher o bolso, e não para o Estado”, completou.
Para o senador, o importante não é ter a oportunidade de indicar um cargo ou trabalhar em benefício próprio, mas da população. “Quero as terras de Roraima, negociar a dívida, o enquadramento e a questão energética. Mas vamos aprender, enquanto população, e entender que temos pessoas competentes capazes de tirar Roraima desta crise”, concluiu. (P.C.)