Política

Programa será criado para dar assistência integral a epiléticos

Tramita, nas comissões da Assembleia Legislativa, um projeto de autoria do deputado Gabriel Picanço (Republicanos), que trata da implantação de um programa de prevenção e assistência integral às pessoas com epilepsia, em Roraima. 

A preocupação do parlamentar está em melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Dados do Ministério da Saúde indicam que no Brasil existem cerca de três milhões, e há estimativa quanto ao surgimento de 100 mil novos casos por ano. Em Roraima, não existe dados precisos quanto aos portadores, sabem-se apenas que são muitos.

Conforme o projeto, o deputado pretende, a partir da implantação do programa, que o paciente tenha atendimento clínico especializado em todas as unidades do sistema público de saúde, oferta ininterrupta da medicação necessária ao tratamento, avaliações de especialistas e disponibilidade de leitos.

O deputado lembra que sem tratamento específico ao portador de epilepsia são impostas condições que degradam a rotina de vida da pessoa. “A vida em sociedade se torna mais difícil. As oportunidades de trabalho se restringem e no fundo as pessoas são marginalizadas”, comentou Gabriel. 

Epilepsia – A epilepsia é uma condição neurológica e sua manifestação pode ocorrer em qualquer idade. Metade dos casos durante a infância e a adolescência e a outra metade, na idade adulta. Conforme dados do Ministério da Saúde, 80% das pessoas com a doença podem ter vida normal, desde que disponham de tratamento adequado e sem interrupção. 

No Brasil, 50% daqueles com epilepsia não dispõem de tratamento e isso implica no aumento dos problemas físicos, psicológicos, financeiros e sociais, além do risco de morte súbita. Na hipótese de receberem atenção adequada, é verificada significativa melhora das situações acima. 

Médico não vê dificuldade para criação de centro de referência 

O médico César Penna diz que não é difícil criar um programa de atenção ao epiléptico (Foto: Arquivo Folha)

O médico endocrinologista e ex-secretário estadual de saúde, César Penna, aprova e apoia a iniciativa. Para ele, criar e manter um ambiente como aquele proposto no projeto abre nova janela ao portador de epilepsia. “O maior problema para o epiléptico é a falta do medicamento. O tratamento específico é essencial, inclusive com consultas imediatas tendo em vista que a neurologia tem poucos profissionais”, comentou.

O médico não vê dificuldade para criação de um centro de referência no atendimento. Primeiro porque não implicará em gastos além daqueles que já são desprendidos pela estrutura estadual. “É possível, sim, criar um serviço de referência ao portador de epilepsia. O custo de instalação não é obstáculo. Seria necessária apenas a organização da Secretaria de Saúde. A estrutura existe, e mesmo em número reduzido, os profissionais estão disponíveis”, observou César Penna.