Proibição de celular em escolas existe desde 2016 em RR por proposta de deputado do PT

Medida era restrita apenas às escolas estaduais. Autor de lei entendia que uso excessivo da tecnologia era um obstáculo para o aprendizado

O ex-deputado Evangelista Siqueira, atual superintendente do Incra-RR, com o presidente Lula (Foto: Arquivo pessoal)
O ex-deputado Evangelista Siqueira, atual superintendente do Incra-RR, com o presidente Lula (Foto: Arquivo pessoal)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, neste mês, a lei federal que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis por estudantes da educação básica em escolas públicas e privadas durante aulas, intervalos e recreios.

Ao transformar a medida em lei, Lula justificou que a ideia é impedir “o uso excessivo desses aparelhos, promover a interação social e garantir um ambiente mais saudável nas escolas”. Além disso, amparou a decisão no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2022, o qual revelou que 80% dos estudantes brasileiros afirmaram que o celular prejudica a concentração nas aulas de Matemática.

A determinação, que entra em vigor nacionalmente neste ano letivo, existe desde 2016 nas escolas públicas estaduais de Roraima, por proposta do então deputado petista Evangelista Siqueira. Na época, Siqueira, que hoje é superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-RR), observou que o “uso desordenado das tecnologias de informação” era um “obstáculo” ao desenvolvimento do trabalho docente na rede estadual de ensino.

A lei, promulgada pelo então presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier, proibia, além do uso do celular, qualquer aparelho capaz de armazenar e reproduzir arquivos de áudio e jogos em sala de aula, biblioteca, laboratório de informática e até na quadra esportiva. A exceção seria em casos de atividades autorizadas por professores.

O então parlamentar também baseou sua proposta na recomendação do Ministério Público de Roraima (MPRR), feita em 2011, para que o governo estadual elaborasse medidas para combater o uso excessivo das mídias, principalmente em sala de aula.

Em dezembro passado, uma recomendação do MPRR à Secretaria de Educação e Desporto (Seed) revelou que a dificuldade ainda persistia. O órgão cobrou ações e orientações sobre a proibição de aparelhos eletrônicos durante as aulas das escolas estaduais. A pasta disse respeitar a lei de 2016 e defendeu a introdução da tecnologia por ser “uma ferramenta poderosa” para favorecer a aprendizagem.