Política

Prótese implantada pelo SUS em 2013 causa sequelas, diz costureira

Diversos pontos foram questionados pelos parlamentares da CPI, como tratamentos particulares, nomes de profissionais que atenderam Ednalúcia de Souza

Em mais um dia de oitivas, a CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito), da Assembleia Legislativa de Roraima, colheu o depoimento da costureira Ednalúcia de Souza, na manhã desta quarta-feira (12), paciente de uma cirurgia de buco-maxilo-facial que espera há dois anos pela correção do primeiro procedimento, ocorrido em 2013.

Em 2011 ela sentiu dores e dificuldades para falar e comer e devido ao problema, procurou o HGR (Hospital Geral de Roraima), e de lá foi encaminhada para a Clínica Especializada Coronel Mota para acompanhamento. Dois anos depois ela realizou a primeira cirurgia, contudo anos mais tarde voltou a sentir dores que se agravaram com o tempo.

Ela então procurou novamente os profissionais do Coronel Mota para identificar o problema e numa ressonância foi constatado que um parafuso atingiu um nervo e a prótese colocada na cirurgia não era compatível com o maxilar da paciente, era menor.

“Entortou a mandíbula, estou na mesma situação de novo e não consigo mais mastigar”, disse a testemunha. Em seguida ela acionou a Justiça para garantir a correção, mas aguarda há dois anos pela marcação do procedimento.

Durante a oitiva, a testemunha demonstrava dificuldades para falar. Contou ter feito orçamentos em clínicas particulares para fazer a cirurgia, após orientação de um bucomaxilo que a atendia no Coronel Mota.

Três orçamentos estão anexados ao processo da paciente, porém a costureira contou que só tinha conhecimento de dois. Os preços cobrados por dois profissionais locais eram de R$ 85 mais R$ 4 mil para pagar o anestesista, o segundo de R$ 84 mil, e o terceiro levantamento, desconhecido pela paciente, foi feito pelo bucomaxilo em uma clínica de São Paulo, ao custo de R$ 75 mil.

Diversos pontos foram questionados pelos parlamentares da CPI, como tratamentos particulares, nomes de profissionais que atenderam Ednalúcia nestes anos. Houve situações em que ela demorou a responder e outras em que desconhecia lugares e pessoas, fato que chamou a atenção dos parlamentares. 

O vice-presidente da CPI da Saúde, deputado Nilton Sindpol (Patri), reforçou a importância de a paciente colaborar com a comissão. Ele reforçou que ao contribuir com a CPI a pessoa ajuda a si e a outras pessoas que estão na fila de espera por um procedimento pela Saúde. “O objetivo é contribuir com a sociedade em geral”, complementou.

Todas as informações serão confrontadas com os documentos coletados pelos parlamentares na Sesau (Secretaria Estadual de Saúde). “Nós, de posse dessas provas e documentos fazemos as perguntas para ver a reação, a resposta da testemunha que muitas vezes omite para a CPI”, esclareceu Nilton Sindpol.

A reunião foi presidida por Coronel Chagas (PRTB), e teve participação de Lenir Rodrigues (Cidadania), Éder Lourinho (PTC), Evangelista Siqueira (PT), Jorge Everton (MDB) e Renato Silva (Republicanos), este último por videoconferência.

A próxima oitiva está marcada para quinta-feira (13), partir das 15h, com transmissão ao vivo pela TV Assembleia (57.3) e pelas redes sociais do Poder Legislativo (@assembleiarr).