Política

Quartiero nega possibilidade de entendimento com governo

Vice-governador anunciou saída do Democratas na sexta-feira passada e negou qualquer tipo de aproximação com a governadora Suely Campos

Como foi anunciado pela Folha, o vice-governador do Estado, Paulo César Quartiero, deixou o Partido Democratas (DEM) e consequentemente a presidência da sigla, que exercia em Roraima. O prazo para filiação e desfiliação partidária está se esgotando e Quartiero ainda estuda uma opção de partido para se filiar.

Em entrevista no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha, deste domingo, 13, apresentado pelo economista Getúlio Cruz, Quartiero disse que sua saída do Democratas nada tem a ver com o mandato de vice-governador e que não cogita sair do cargo. Ele negou ainda um possível entendimento com o Governo do Estado.

O vice-governador afirma que não tem perfil de renunciar nada. “Todos sabem que estou rompido com o governo. E estão me retalhando por causa disso, mas ainda assim sou um salvaguarda da governadora”, comentou. E acrescenta que o rompimento não tem volta porque ocorreu uma quebra de confiança. “O modo que o governo está sendo exercido não dá”, disse ao citar que é inadmissível a prática de nepotismo por parte da governadora Suely Campos (PP).

SAÍDA – Segundo ele, a decisão de sair do partido foi tomada após participar de reunião com a executiva nacional do partido cujo assunto era a incorporação do DEM ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). “Foi traçado um quadro catastrófico, em que a tábua de salvação seria essa fusão, onde nós perderíamos o nome e o número, o que significa o fim do DEM”, afirmou ao lembrar que dos 25 representantes do partido, apenas quatro, inclusive ele, votaram contra a medida.

O vice-governador alega que não aceitou a decisão pelo fato de o partido do qual fazia parte passar para outro que é base do governo Dilma Rousseff (PT), e que está em crise. “Na minha lógica, isso é um absurdo”, disse ao frisar que ingressou judicialmente em diversas comarcas contra a incorporação do DEM ao PTB.

Além disso, ele conta que ingressou via judicial pedindo a expulsão do Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador (BA), do Democratas sob a justificativa de que ele quebrou a doutrina partidária. “Foi um golpe planejado para apoiar a eleição dele [ACM Neto], pois uma ou duas semanas antes ele levou oito deputados do DEM para apoiar o ajuste econômico da Dilma lá na Câmara, que só foi aprovado após essa adesão”, explicou Quartiero.

“O Democratas tinha uma história brilhante pela frente, visto que o Partido dos Trabalhadores (PT) está perdendo espaço”, comentou Quartiero.

O vice-governador disse ainda que se sentiu desprestigiado, uma vez que não renovaram seu mandato como presidente no partido em Roraima e que resolveu deixar o partido. Questionado sobre essa ser uma decisão irreversível, o vice-governador afirmou que sim: “Não tenho mais ambiente no partido”, frisou. (M.F)