Política

Rede Sustentabilidade deve lançar candidato à Prefeitura de Boa Vista

O partido Rede Sustentabilidade (Rede) anunciou à Folha que deverá ser mais uma sigla a concorrer às Prefeituras de Boa Vista e de Uiramutã nas eleições municipais de 2016.  Ainda sem nome definido para a disputa do pleito na Capital e no interior, o partido pretende fomentar discussões sobre o projeto de cidade sustentável.

A menos de um mês das convenções municipais, cerca de dez pré-candidatos figuram no cenário local para a Prefeitura de Boa Vista. Até o momento, devem disputar com a prefeita Teresa Surita (PMDB), que já confirmou sua candidatura à reeleição, o ex-reitor na Universidade Federal de Roraima (UFRR), Roberto Ramos (PT), Jeferson Alves (PDT), o advogado Alex Ladislau (PRP), a vereadora Aline Rezende (PRTB), o ex-senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), o médico Kalil Coelho (PV), o pastor Izamar Ramalho (PHS) e Robert Dagon.

Segundo o ambientalista e presidente estadual da Rede, Ciro Campos de Souza, o partido decidiu participar das eleições em Roraima pela necessidade de uma construção programática, ética que fomente discussões sobre o projeto de cidade sustentável. “Precisamos de um ‘tom’ crítico que atraia mais pessoas, cidadãos protagonistas aos debates que interessam, como lixo, transporte, saúde, segurança humana, participação popular, igarapés urbanos, mananciais”, disse.

Para ele, primeiro é preciso construir propostas para aproximar as pessoas que tenham ideais semelhantes e só depois definir os candidatos e os cargos que serão disputados. “Ainda não é a hora para esta definição, já que a justiça eleitoral define julho e agosto como os meses de Convenções. Estamos em conversas para uma Frente Alternativa às polarizações políticas tradicionais de Roraima. O povo sempre sai perdendo quando os políticos e seus cargos são mais importantes que o planejamento, as estratégias, o projeto para a cidade e sua gente”, explicou.

Souza destacou a necessidade da entrada no debate eleitoral. “A sustentabilidade precisa entrar no debate eleitoral, na prática dos governantes e no dia a dia do cidadão. A palavra sustentabilidade traz consigo a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Ou pensamos numa rede que proteja pessoas e o lugar delas ou seguiremos com duas cidades vivendo no mesmo espaço: A Boa Vista da propaganda e a Boa Vista dos bairros mais afastados”, afirmou.

Conforme ele, a qualidade de vida, o fornecimento de água, a agropecuária e a economia como um todo dependem de nosso patrimônio ambiental. “E isso pode ser também uma oportunidade para a geração de empregos em novos setores da economia. Não dá para seguir jogando esgoto em rios e igarapés, não dá para não ter participação popular na decisão do orçamento, na escolha das prioridades de investimento, não dá para seguir festivo no Centro e quase abandono no Senador Hélio Campos, Santa Luzia, Caranã, Pintolândia… Ser sustentável é pensar no todo e não na parte que interessa ao governante, não só a avenida principal, mas a rua que eu e você moramos”, destacou.

Um dos dilemas a serem enfrentados na disputa, segundo o presidente estadual, será o trabalho voltado para os universitários. “Ser cidade de universitários sem trabalho para universitários é um dilema. A falta de perspectiva dos jovens pode atrapalhar Boa Vista, que ainda é uma boa cidade para viver, mas está crescendo rápido e precisa se preparar para o futuro, ou vai passar a ter os mesmos e graves problemas das outras grandes cidades do País”, disse.

Para o presidente municipal do partido, o Professor Dr. Linoberg Almeida, é preciso um jeito novo de governar, com ética na política. “Com estímulo ao empreendedorismo, ao cooperativismo e às micro e pequenas empresas, com licitações que tenham critérios de responsabilidade socioambiental e de participação efetiva dos pequenos e microempresários locais. É preciso mais diálogo, transparência e participação popular, estimulando Audiências Públicas, Conselhos Comunitários e associações de bairros, com melhor atendimento ao cidadão e valorização dos trabalhadores”, ressaltou.

Uma das propostas será a produção de energia solar nas residências. “Somos a capital do sol e os moradores precisam receber ajuda para produzir energia solar nos telhados e reduzir a sua conta de luz. O IPTU deve ser verde e justo, estimulando boas práticas; os direitos humanos e dos animais precisam ser respeitados; o transporte público precisa melhorar, com ciclovias sim, mas integrando melhor os usuários que usam este transporte no dia a dia”, frisou.

Ele destacou que é preciso reconhecer o papel dos povos indígenas para a conservação e o desenvolvimento, além de garantir os serviços públicos e os meios de produção para os moradores da zona rural. “É necessário e urgente colaborar com a proteção de nossos rios e igarapés. As praças e as ruas devem irradiar segurança com a Guarda Municipal e os moradores da vizinhança trabalhando juntos. As escolas municipais devem ser o polo da diversidade cultural contra qualquer forma de preconceito e discriminação. Todas as ações do poder público devem estimular as culturas, garantindo respeito e segurança a todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica, racial e cultural, de credo, idade, gênero e orientação sexual, sendo lugar da cidadania e da cultura da paz”, pontuou. (L.G.C)