Ao participar do programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, na manhã deste domingo, o produtor rural e ativista do agronegócio em Roraima Gelb Pereira afirmou que é preciso que o Estado avance nas causas que “obstruem o caminho do desenvolvimento da agricultura roraimense”. “Esse é o único caminho que temos para crescer, pois somos um Estado de economia primária”, afirmou.
Conforme ele explicou, o entrave principal no setor é a regulamentação da segurança jurídica. “Sem o título da terra, o agricultor não pode fazer absolutamente nada”, disse. Ele ressaltou que é preciso que tanto a sociedade civil como o governo tenham uma postura firme para resolver o problema. “Para que o agronegócio cresça, é preciso que nós tenhamos postura impecável para retirar todos os entraves que nos impedem. Vejo que tanto a classe trabalhadora, quanto os governantes precisam assumir a responsabilidade e correr atrás de algo que nos é tão importante, que é a segurança jurídica”, disse.
Um fator decorrente da insegurança jurídica, destacado por Gelb Pereira, é a impossibilidade que os agricultores sentem em requerer empréstimos ou participar de programas voltados a fomentar o setor. “O título definitivo é o primeiro documento solicitado para que o produtor tenha acesso ao crédito. Sabemos que sem dinheiro não se pode produzir e, sem produção, o Estado não avança. É simples!”, ressaltou.
Além disso, o ativista afirmou que o aporte tecnológico na áreatambém precisa se desenvolver. “Infraestrutura e aportes tecnológicos são primordiais para garantirmos um produto de qualidade e uma renda substancial, o governo precisa se espertar para isso e desenvolver o campo”, disse.
“Acredito que se solucionarmos tudo isso num prazo relativamente curto, o nosso estado vai dar um salto. Temos um potencial gigantesco para o agronegócio, mas muita gente não quer que nos desenvolvamos. Por isso, digo que vamos continuar lutando e que acredito que, em breve, nosso estado vencerá essas barreiras e irá deixar de vez a famosa economia do contracheque”, concluiu. (J.L)
Senador Telmário Mota ameaça romper com Governo Federal
Em intervenção feita por telefone ao programa Agenda da Semanada Rádio Folha AM 1020, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, na manhã deste domingo, 9, o senador Telmário Mota (PDT) afirmou que durante a viagem da Presidente Dilma Rousseff (PT) a Roraima, conversou com ela sobre a transferência de terras da União para o Estado e que caso não haja, a partir de agora, um posicionamento firme do Governo Federal sobre o assunto, ele poderá deixar a base aliada do Governo Federal.
De acordo com Telmário, a conversa ocorreu dentro do avião que trouxe a comitiva e os políticos locais de Brasília (DF) para Boa Vista (RR). “Falei a ela que Roraima não suporta mais dar terra para reserva, que já fizemos o nosso máximo. Mostrei que a dupla afetação é garantida por lei e que já ocorre em várias outras regiões. Fui muito enfático em relação a isso e a vi muito solícita a atender as nossas demandas”, disse o senador, referindo-se à criação do Parque Nacional Lavrado dentro da Terra Indígena São Marcos, como sugere o Governo do Estado.
De acordo com o parlamentar, caso o Governo Federal insista em exigir que o Parque Nacional Lavrado seja sediado em áreas de produção do Estado, ele irá romper com o apoio a presidência. “Não irei admitir que Roraima sofra com imposições de gente que vem de fora dizer o que é melhor para o nosso Estado”, afirmou.
Ele explicou que pretende realizar um encontro com toda a bancada de senadores da região Norte para exigir medidas urgentes da presidência em relação ao desenvolvimento da Amazônia.
Ao ser questionado pelo ativista Gleb Pereira, que participava do programa, se a bancada realmente apoiaria a causa, Telmário disse que sua posição se manteria mesmo assim. “Eu tenho uma posição independente. Não dependo do Governo Federal porque renunciei todos os cargos que vieram para mim de lá, por isso vou continuar exigindo que o Parque Lavrado possa ser demarcado em áreas indígenas e retirarei totalmente meu apoio à presidente Dilma caso ela se manifeste pelo contrário”, reforçou. (J.L)