Os conflitos que vêm ocorrendo em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, também foram expostos pelo deputado estadual Renato Silva (Republicanos-RR), em Brasília (DF), onde parlamentares de todo o País participaram da solenidade de posse da nova diretoria União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
Em discurso durante a cerimônia ocorrida nessa segunda-feira, 10, o parlamentar citou o recente caso de estupro de uma estudante de 15 anos cometido por um venezuelano, o que motivou a população de Pacaraima a realizar atos de manifestação por mais segurança no município. “Roraima está pagando sozinho uma conta que deveria ser de todo o País. Na sexta-feira passada uma adolescente foi estuprada e crimes como esse vêm ocorrendo semanalmente”, disse.
Silva também repudiou a ação violenta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra os manifestantes. “Quando o povo brasileiro decide se manifestar de forma pacífica, a PRF, que deveria proteger os moradores, coloca eles para correrem desferindo tiros de bala de borracha. Quando um venezuelano comete crimes não se vê as autoridades policiais reagirem dessa forma. Deixo meu repúdio à ação da PRF”, reforçou.
A situação caótica em Pacaraima foi denunciada pelo deputado aos parlamentares. “Tem facções criminosas da Venezuela instaladas em Pacaraima. Não se pode andar nas calçadas, porque os venezuelanos estão morando nas ruas e expulsando os brasileiros que moram em Pacaraima. Todos os dias têm assaltos nas lojas, estão botando toque de recolher para os empresários. Ou seja, estamos sendo expulsos do nosso próprio País”, relatou.
O deputado voltou a criticar a falta de assistência do Governo Federal ao Estado e pediu apoio da Unale. “A Operação Acolhida, que foi referência no mundo inteiro e até ganhou prêmios na ONU, recebeu cerca de R$ 700 milhões em 2019 do Governo Federal, mas só atende 8 mil venezuelanos, enquanto mais de 200 mil vivem no Estado. É muito recurso para pouco resultado. O Governo Estadual não recebeu um centavo para atender aos roraimenses. Gostaria de pedir apoio à presidente da Unale, deputada Ivana Bastos, para que possa nos ajudar nessa situação”, concluiu.