Política

Roberto Ramos defende mudanças no quadro da administração municipal

Professor acredita que falta planejamento para a resolução dos problemas que acometem a cidade anualmente, como é o caso do alagamento das ruas

Apontado como o pré-candidato à Prefeitura Municipal de Boa Vista pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o cientista político e ex-reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor Roberto Ramos, defendeu a necessidade de mudanças no quadro da administração do município durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 24.

De acordo com Ramos, a Prefeitura deveria não estar somente ligada a obedecer ao calendário de eventos da cidade. “A obrigação de qualquer prefeito é fazer a sua localidade melhor, é cuidar das ruas e observar o que acontece. Essa candidatura tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida do cidadão boa-vistense e de quem desfruta desta cidade, de quem mora e vive aqui”, disse.

Ele citou, por exemplo, o início do período das chuvas e observou que, com a mudança de temperatura, muitas localidades da cidade apresentam novamente dificuldade de acesso. “Ruas extremamente alagadas e a questão da iluminação em bairros populares onde acontecem muitas situações de violência é péssima”, declarou.

Outra colocação de Ramos é a má qualidade no transporte público, situação que costuma piorar ainda mais na época do inverno. “Eu ando de transporte urbano e sei o quanto é difícil. Se hoje Boa Vista tem uma boa qualidade de vida, deve-se também ao tamanho dela, mas hoje a cidade está crescendo, surgem novos bairros, novas comunidades e elas precisam ser assistidas. Outro dia eu ouvi de uma pessoa que mora no bairro Cidade Satélite que perdeu a oportunidade de fazer um concurso público por não ter conseguido um transporte público em um domingo pela manhã. Quanto mais afastado, mais difícil”, relatou o professor.

Segundo ele, falta um planejamento por parte da administração municipal quanto às questões de resolução urgente, tanto quanto as de médio e longo prazo. “Ao longo desses mandatos da prefeita [Teresa Surita], esse é um problema que não foi resolvido e eu não acredito que será resolvido durante a sua gestão”, criticou.

“Cuidar das pessoas é cuidar da família, dos que estão precisando dos serviços públicos e daqueles que vão precisar no futuro. Qualquer local que pretende ser uma grande cidade precisa valorizar o transporte, a organização, uma boa educação para os filhos. É preciso projetar a cidade e é isso o que a gente pretende desenvolver”, ressaltou o professor.

A educação municipal também será uma das questões abordadas no seu plano de governo. Conforme o professor, existem problemas para aqueles que precisam da educação para melhoria de qualidade de vida e dos profissionais da área. “O eleitor que não depende da educação não vê como problema, mas existem muitas crianças fora das escolas hoje em dia, que precisam da intervenção do Conselho Tutelar para encontrar uma vaga”, lamentou. “E quais as propostas atuais para o funcionário público da educação e da saúde, que garantem um exercício profissional de qualidade?”, questionou.

“Então a ideia é poder cuidar das pessoas, do cidadão, mas também cuidar dos funcionários da Prefeitura que prestam serviço para a comunidade. A candidatura nasce com o objetivo de ouvir e criar políticas públicas e servir a coletividade”, defendeu.

COLIGAÇÕES – Sobre a possibilidade de estabelecimento de alianças políticas, Roberto Ramos disse que esta é a fase em que as parcerias estão sendo debatidas com muito diálogo, principalmente, quanto à inclusão de locais que recebem pouca atenção da Prefeitura.

“Agora é a fase de ouvir, de encontrar projetos comuns para que a gente possa apresentar a candidatura de uma maneira sólida, com um projeto que envolva a cidade, incluindo os bairros afastados e os mais populares, os que precisam realmente de uma atuação política de gestão municipal forte”, declarou.

O professor também comentou que a população pode observar que grande parte das informações policiais veiculadas hoje em dia são referentes a estes bairros e que, por isso, vai ser necessário um cuidado maior para que se possa diminuir as taxas de criminalidade de uma maneira efetiva. (P.C)