Em meio à grave crise fiscal, Roraima é um dos estados onde os governos estaduais já preveem dificuldades para pagar o 13.º e o restante dos salários de servidores públicos até o fim do ano.
Todos os Estados evitam admitir oficialmente que não há caixa para pagar o benefício, mas pelo menos sete de 24 unidades da Federação consultadas pela reportagem reconhecem que não há definição de como e quando o 13.º será depositado na conta de 2 milhões de servidores.
Roraima, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas, Bahia, Distrito Federal e Sergipe não teriam, hoje, os recursos para honrar o compromisso, segundo os secretários de Fazenda.
Alguns deles não conseguirão fazer o pagamento mesmo com a ajuda esperada do governo federal. Além do socorro do Tesouro, eles contam com a recuperação, mesmo que mínima, da economia – o que contribuiria para o aumento da arrecadação.
Roraima está dentre os Estados com aperto financeiro e que dependem da arrecadação interna e de repasse da União para conseguir fechar as contas deste ano no azul.
Os governadores devem se reunir na próxima semana com o presidente Michel Temer em busca de definição. Eles querem um socorro de até R$ 8 bilhões, em uma linha emergencial de financiamento.
Temer, porém, sinalizou que qualquer ajuda só deve vir do programa de repatriação de recursos do exterior.
O secretário estadual de Fazenda de Roraima, Shiská Pereira, afirmou que enfrenta dificuldades para fechar a folha salarial, principalmente porque o Estado é bastante dependente do Fundo de Participação dos Estados (FPE), de onde vem 80% de suas receitas.
O Estado tem tido “pequenos atrasos mensais” nos salários, que passaram do dia 30 ao dia 10 do mês seguinte. “No cenário de hoje, temos problemas de comprometimento de receita”, disse. O Estado espera resolver a questão até o fim do ano, com ajuda do governo federal.
(Com informações do Estadão)