Política

Roraima tem 20 candidatos indígenas

Índio do Século XXI é um dos candidatos

Roraima é o Estado com a maior população indígena do Brasil, segundo o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As pessoas declaradas indígenas correspondem a 11% da população do Estado e isso se reflete nas eleições. Pelo menos 20 pessoas declaradas indígenas buscam representatividade política nas eleições de 2018, disputando vagas para deputado estadual e federal, além do senado e como suplentes ao senado.

Os candidatos indígenas estão em diferentes partidos e representam apenas 1,19% do total de candidaturas. Para o cientista político Roberto Ramos, o percentual não pode ser considerado pequeno.

“Eu acho que não é baixa, apesar de ter uma presença eleitoral marcante dos indígenas no processo político, a representação política desses povos não precisa, necessariamente, ter um número grande de candidatos com propostas voltadas para questões indígenas com a mesma origem”, afirmou.

Com a maior população indígena do Brasil, Roraima não terá candidaturas indígenas para o Governo, mas conta com 14 candidaturas de deputados estaduais, duas para deputados federais, uma para o senado e três suplentes ao senado.

“A população indígena, em geral, tem dificuldade em eleger candidatos de origem indígena e que se colocam nessa condição, nós não temos um número expressivo de representação indígena, não só em Roraima, mas em todo o Brasil”, disse o cientista político.

Das 482 candidaturas para deputado estadual, o PCB foi o partido que mais lançou indígenas com um total de três representantes, seguido pela Rede com duas candidaturas.

Em ordem alfabética os candidatos indígenas que disputam uma das 24 vagas como deputados estaduais são: Tuxaua Carlos (PCB), Pastor Carlos (PRP), Prof. Irani Macuxi (Rede), Ivaldo André Macuxi (Rede), Dr. Jamil Lima (PMB), Prof. Kátia (PPL), Professor Márcio Feitosa (PCB), Mário Nicácio (PTB), Professora Marly (PPL), Professor Paulo Soares (PT), Rocy Silva (PV), Silvana (PATRI), Índio do Século XXI (PCB) e Zélio Mota (PSD).

Já para deputado federal a lista conta apenas com um candidato do PSOL e uma candidata da Rede que são D. Almeida e Joenia Wapichana. 

Na disputa pelo cargo de senador, somente Telma Taurepang (PCB) concorre. Bartô Patamona (Rede) é o primeiro suplente de Rudson leite (PV), Professor Misaque (PCB) é o primeiro suplente da, também indígena, Telma Taurepang (PCB). No contexto nacional a candidatura indígena que ganhou destaque foi a de Sonia Guajajara (PSOL) que é vice do candidato à presidência Guilherme Boulos (PSOL).

Roberto Ramos considera que a candidatura é importante, mas não será suficiente para influenciar a escolha dos eleitores em relação a outras candidaturas indígenas.

“Eu acho que a candidatura dela é importante porque dá visibilidade aos povos indígenas e assim faz os povos, de modo geral, se apropriarem do direito de participação eleitoral, sai da coisa do elitismo da política. Agora que isso venha interferir no voto do eleitor, eu não acho que isso seja uma clivagem que vá mobilizar a escolha do eleitor”, finalizou.