Custando entre R$ 32 e R$ 34, Roraima tem a saca de cimento mais cara do País. Para tentar reduzir o preço do produto no Estado, o deputado federal Édio Lopes (PMDB) afirmou que está articulando uma audiência pública com várias autoridades para obter meios que possam reduzir o valor da saca em até 30%.
Durante entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, na manhã deste domingo, 22, na Rádio Folha 1020, com apresentação do radialista Getúlio Cruz, o deputado explicou que uma reunião prévia à audiência pública será marcada com as autoridades tributárias dos estados do Amazonas e de Roraima.
“Nós queremos primeiro que eles nos deem um raio-x do quanto de incentivo fiscal a indústria e o comércio de cimento estão recebendo na região. Feito isso, o passo seguinte é marcarmos uma audiência pública com todos os envolvidos, principalmente o setor da indústria e do comércio para tentarmos resolver isso”, explicou.
Conforme Édio Lopes, o alto preço da saca tem mostrado prejuízos notáveis. “Nós, deputados, que trazemos emendas com recursos para o Estado, vemos que hoje há muito empresário que se recusa a pegar determinado tipo de obra porque o impacto do custo do cimento no valor total da obra inviabiliza o empreendimento. Não podemos aceitar esta afronta ao consumidor roraimense”, afirmou.
Ele relatou ainda que uma pesquisa de âmbito nacional foi realizada e que os resultados mostram uma disparidade “inaceitável”. “Nós trabalhamos em uma área de Zona de Livre Comércio, deveríamos ter mais condições. Atualmente, nos grandes centros, a saca de cimento custa até R$ 22, o que mostra que estamos pagando quase 100% a mais”, revelou.
“Além disso, nós temos uma particularidade: temos o saco de cimento de 42 quilos. Se nós padronizarmos o cimento para 50 quilos, como é no resto do País, nós elevaríamos o preço da saca atual para R$ 38,50. Se o Brasil hoje pratica a saca a R$ 22, nós estaríamos com quase 100% de alta nesse preço. Se conseguirmos a redução de 30%, uma saca de 50 quilos custaria, hipoteticamente, R$ 27, o que nos deixaria muito próximo dos grandes centros e representaria um grande avanço”, disse.
De acordo com o deputado, a pesquisa revelou ainda que até o final do ano passado não era cobrado o Imposto de Produto Industrializado (IPI) sob cimento, já que estava dentro do pacote de produtos com isenção fiscal do Governo Federal. “Mesmo assim, já naquela época, nas grandes capitais, a saca de cimento custava até R$ 17, enquanto que em Roraima era praticado em R$ 32”, disse.
“Estou confiante que com essa mobilização vamos conseguir reduzir o preço do cimento em Roraima. Não vamos deixar que isso barre o nosso desenvolvimento. Por causa dos altos preços, o Estado tem o metro-quadrado da construção civil mais caro do País, chegando a R$ 38”, revelou. (JL)
Obra parada do Linhão de Tucuruí impede o desenvolvimento do Estado
O deputado federal Édio Lopes (PMDB) afirmou que a obra de interligação do Linhão de Tucuruí com o sistema de energia elétrica nacional é o maior entrave para o desenvolvimento do Estado no momento. De acordo com ele, uma audiência pública com todos os envolvidos no assunto será realizada no mês de abril para que a obra seja concluída o quanto antes.
Em entrevista realizada pelo radialista Getúlio Cruz, no programa Agenda da Semana, na manhã deste domingo, 22, na Rádio Folha 1020, o deputado afirmou que foram convidados para audiência o diretor de Planejamento e Engenharia, Adhemar Palocci; o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Flávio Chiarelli; o procurador do Amazonas, autor da ação que culminou na paralisação das obras, Júlio José Araújo Júnior; e o representante dos Waimiri-Atroari, João Porfirio.
“Com todos reunidos numa mesa em Brasília, nós esperamos avançar no processo. Porque nós não podemos assistir, passivos, que um procurador do Estado do Amazonas paralise uma ação que é vital para o desenvolvimento de Roraima”, enfatizou.
De acordo com o deputado, a crise na energia está desarticulando a economia local. “Primeiro, a Venezuela descumpriu com o acordo feito com o governo brasileiro, o que nos deixou dependentes da energia das termoelétricas, que custa até sete vezes mais caro. Depois, um procurador Federal do Amazonas barrou o último passo que falta para terminar a obra do Linhão. Claro que isso tem efeitos: os investidores e a indústria se sentem retraídos porque não temos uma energia barata e segura”, frisou Lopes.
EMPRESA – Conforme o deputado Édio Lopes, a empresa responsável pela obra de ligação do Linhão de Tucuruí até Roraima notificou a Eletronorte assegurando que se nada for feito em relação à obra, a empresa irá rescindir o contrato licitatório. “Se essa licitação for cancelada, nós teremos que voltar a toda conversa inicial, e aí haverá mais ações para barrar a obra, impedindo-a até de ser licitada. Não podemos deixar isso acontecer. Do contrário, nosso Estado vai parar”, assegurou. (JL)