Em discurso na tribuna do Senado Federal na tarde de ontem, a senadora Ângela Portela (PT) cobrou da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a solução de pendências que estão prejudicando a expansão do Linhão de Tucuruí, entre Manaus (AM) e Boa Vista, e disse que Roraima tem pressa em ver garantida sua segurança energética.
“De um lado, permitirá que Roraima, único Estado ainda isolado desse sistema, passe a integrá-lo. De outro, acabaria com a atual dependência energética da Venezuela”, disse ao explicar que a Justiça Federal já cassou a liminar que suspendia o edital do linhão, garantindo, assim, a continuidade ao processo.
No entanto, a parlamentar ainda teme que novos impasses ocorram e atrasem a obra, projetada para interligar o Estado ao Sistema Interligado Nacional em junho do ano que vem. “Em tese, portanto, não há mais esse obstáculo ao prosseguimento dos trabalhos. O contrato, vale lembrar, foi firmado em janeiro de 2012 com a promessa de colocar a linha para funcionar em janeiro de 2015. Mesmo assim sabemos que, infelizmente, esse prazo não será cumprido”, lamentou.
Ângela comentou que o edital foi suspenso porque o Ministério Público do Amazonas alegou que os índios Waimiri-Atroari não foram consultados sobre o trajeto da obra pelas suas terras, como exige a Constituição. “Se já está previsto que a administração pública, para realizar qualquer investimento, qualquer obra em terras indígenas, precisa dessa autorização prévia, desse diálogo com os povos indígenas, por que não fez no tempo devido para evitar o atraso dessas obras que são tão importantes para o desenvolvimento de Roraima?”, questionou.
Ela ainda mencionou a existência, em Roraima, do que chamou de “um grande desconforto originado pelas constantes quedas e oscilações de energia que ocorrem devido aos problemas energéticos que enfrenta a Venezuela, fornecedor do Estado”. “Mais do que isso, a precariedade do fornecimento de energia em Roraima prejudica gravemente a economia da região, desestimulando a instalação de novos empreendimentos e prejudicando os já existentes. Tanto a indústria como a agricultura e os serviços de nosso Estado são atingidos. No último sábado, o fornecimento de energia à Capital Boa Vista e a diversos outros municípios chegou a ser interrompido. O apagão durou mais de seis horas”, relatou.
A parlamentar explicou que o Linhão de Tucuruí é essencial para garantir energia e o fim dos apagões em Roraima, único que ainda está fora do Sistema Interligado Nacional e que depende da energia comprada da Venezuela. “Por essa razão, é imprescindível que quaisquer distorções sejam sanadas no menor tempo possível, assim como é necessário que o Poder Judiciário continue mostrando a compreensão e a flexibilidade para que toda a população de Roraima, único Estado ainda segregado no fornecimento de energia, não seja prejudicada por mais tempo”, frisou.
Política
RR tem pressa na expansão do Linhão de Tucuruí, diz Ângela
Senadora afirma que a Justiça Federal já cassou a liminar que suspendia o edital do linhão, garantindo a continuidade ao processo