O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado estadual Soldado Sampaio (Republicanos), criticou duramente a gestão do governador Antonio Denarium (PP) em entrevista ao programa Agenda da Semana deste domingo (2).
Sampaio abordou questões como a insustentabilidade da ex-secretária de Saúde, Cecília Lorenzon, a gestão de terras no estado e a falta de diálogo do governo com a Assembleia. O deputado também destacou a atuação do Legislativo na fiscalização e na pressão por mudanças na administração estadual.
Um dos pontos mais destacados por Sampaio foi a situação da saúde pública em Roraima, que ele classificou como “insustentável” sob a gestão da ex-secretária Cecília Lorenzon. O deputado afirmou que a troca na Secretaria de Saúde foi resultado de uma pressão popular e política, canalizada pela Assembleia Legislativa.
“A situação da secretária Cecília era insustentável e inaceitável. Ela tem que responder pelas denúncias, mesmo após sair da pasta”, disse Sampaio.
O presidente da Assembleia também criticou a remoção de Lorenzon para a Secretaria de Governo Digital, questionando sua capacidade para o novo cargo.
“Eu não sei se a Cecília é preparada para isso. Por onde passou, como na CEI e na CERR, não teve muito sucesso”, afirmou. Sampaio ainda cobrou transparência da nova secretária de Saúde, Dilma, e um plano de trabalho para resolver os problemas da pasta.
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CPI da Grilagem
Sampaio também falou sobre a CPI da Grilagem, que investiga a apropriação irregular de terras no estado. Ele destacou que a Assembleia recebeu diversas denúncias de pequenos agricultores ameaçados por grileiros e que a CPI foi criada para garantir a regularização fundiária de quem tem direito. “Nós não estamos aqui para criar insegurança, mas para garantir que as terras sejam regularizadas de forma justa”, afirmou.
O deputado criticou a gestão do Iteraima (Instituto de Terras de Roraima) e cobrou mais transparência nos processos de titulação. Ele citou casos de pequenos agricultores que perderam suas terras para grileiros e destacou a necessidade de uma política fundiária que proteja os direitos dos mais vulneráveis. “Não podemos permitir que Roraima se transforme em um cenário de conflitos como ocorreu no Pará”, alertou.
Orçamento e relação com o executivo
Sampaio também comentou sobre os embates entre a Assembleia e o governo estadual na discussão do orçamento. Ele destacou que a Assembleia reestimou a receita do governo em R$ 640 milhões, garantindo mais recursos para áreas como saúde e educação. “O governo mandou uma proposta de orçamento com déficit, mas nós ajustamos e garantimos um orçamento mais equilibrado”, explicou.
O deputado criticou a falta de diálogo do governador Denarium com a Assembleia e com a sociedade. “O governo está todo centrado na mão do governador. Ele não chamou as forças políticas para fazer um governo a quatro mãos”, afirmou. Sampaio também destacou que a centralização de decisões no Executivo tem limitado a atuação dos secretários, que não têm autonomia para propor e implementar políticas.
