Política

Secretário troca equipe e promete mudança na gestão

Novo titular de uma das pastas mais problemáticas, Kalil Coelho mudou toda a cúpula da Saúde e promete mudança na forma de gestão

Em seu quarto dia como secretário de Estado da Saúde, o médico nefrologista Kalil Coelho disse ter feito uma mudança completa nas coordenações e direções das unidades que compõem a rede de saúde. Além disso, prometeu mudar o modo de gestão a fim de otimizar o sistema como um todo.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, em que foi acompanhado pelo secretário-adjunto da Saúde, Paulo Linhares, o titular disse, na manhã deste domingo, 4, ter tido autonomia total para compor a equipe e garantiu que as escolhas foram balizadas por critérios técnicos. “É uma equipe jovem, mas com muita experiência. São profissionais de confiança e capacidade técnica comprovada, deixando a questão política para trás”, assegurou.
Dentre os médicos que assumem a direção-geral das principais unidades de saúde do Estado estão: Samir Xaud, que assume o Hospital Geral de Roraima (HGR); Cristiane Born, nova diretora do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) e Cláudio Linhares, novo diretor-geral do Hospital Regional Sul Ottomar de Sousa Pinto, em Rorainópolis.
O secretário exemplificou a importância de manter uma equipe de confiança ao falar sobre o problema do abastecimento de medicamentos e material médico-hospitalar, que segundo ele, é um dos maiores “ralos” do dinheiro público destinado à Saúde.
Ele afirmou que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não possui nenhum controle sobre as despesas médicas por paciente. “Isso é uma prioridade, pois o Estado paga muito por medicamento e não tem um controle disso. Para resolver o problema, investir em tecnologia é importante, mas primeiro, tivemos que colocar pessoas com compromisso”, disse.
Sobre a estratégia de gestão, ele citou que a Sesau tem trabalhado para dar, em médio prazo, autonomia financeira para as unidades de saúde, numa tentativa de minimizar a burocracia, sobretudo para aquisição de medicamentos e serviços. Ele criticou a terceirização de serviços da atividade do meio, como limpeza, cozinha e lavanderia por exemplo, ao justificar que esta modalidade é mais difícil de ser vistoriada devido aos inúmeros contratos. “Estamos trabalhando em estratégias perenes para resolver esses problemas definitivamente”, afirmou.
O secretário-adjunto de saúde reforçou que a Atenção Básica nos municípios deverá ser fortalecida na nova gestão, ao citar o exemplo do hospital de Rorainópolis, que embora tenha condições de oferecer atendimentos de baixa e média complexidade, incluindo a realização de cirurgias, não o faz por falta de estrutura. “Iremos propor a repactuação de serviços para que os municípios recuperem sua capacidade resolutiva. Com o funcionamento pleno do hospital de Rorainópolis, é possível reduzir em até 15% a demanda no HGR”, citou.
Ele afirmou ainda que o Estado irá reforçar o credenciamento na rede privada, de serviços que não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), como já ocorre em vários procedimentos. “Temos consciência de que a Saúde é o ‘calcanhar de Aquiles’ do novo governo, mas precisamos contar com a paciência da população”, concluiu.