Política

Sem reforma administrativa, Estado é inviável, diz Xingu

Para o deputado estadual, que é relator do Orçamento 2016, é necessário que o Governo do Estado corte gastos com pessoal

 

A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) deve votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda esta semana. Para o relator do projeto, deputado estadual Jânio Xingu (PSL), para que o Estado evite um colapso orçamentário no próximo ano é necessário que haja cortes no excesso de pessoal da máquina pública. 

Em entrevista concedida ao vivo para o radialista Getúlio Cruz, no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, na manhã deste domingo, 20, o deputado afirmou que “o estado cresceu mais que a população” e que “uma reforma administrativa profunda precisa ser realizada” para enxugar o custeio da máquina pública estadual.

Xingu explicou que o estado se formou politicamente criando cargos “desnecessários” para pessoas próximas aos gestores e que, por isso, a administração pública está inchada. “Chegou a um ponto insustentável”, reforçou. Para o deputado, o Governo precisa reprogramar a ordenação das secretarias estaduais para que sobre dinheiro no orçamento e que possa investir no desenvolvimento do estado.

“Estamos falando que o governo precisa fazer uma reforma administrativa, seja quem for o governador. O que eu digo é que: se não for feita, em pelo menos 30%, uma redução na máquina de cargos, que são meramente para atender os anseios de políticos, pode ter certeza que o Estado de Roraima não paga folha de pagamento até julho do próximo ano”, enfatizou Xingu.

Durante a entrevista, ele destacou que muitas das 30 secretarias de estado existentes “não têm razão de existir”. “Nos últimos 15 anos, o Estado de Roraima cresceu mais do que a população. Eu quero que as pessoas entendam isso. Foram criadas muitas instituições que não têm razão de existir. Elas foram criadas para atender desejos políticos, onde antigos gestores, para retribuir o favor para os ‘amigos’ que os tinham apoiados nas eleições, criavam um cargo para acomodar esses ‘amigos’. Assim, o nosso sistema está suportando muito mais do que realmente precisa”, ressaltou.

Para o relator da LOA, o Estado está inviável economicamente e precisa de gestores com pulso firme para alavancar a economia diante de uma crise profunda na qual todo o País passa. “É preciso de uma solução de pulso firme. Vou dar exemplos aqui. Tem razão de existir a Codesaima? Não, não tem. Tem razão de existir a Secretaria de Articulação Municipal? Não, não tem. Precisamos de alguém que veja isso e corte todos esses excessos”, analisou.

De acordo com o deputado estadual, que também é relator do Plano Plurianual (PPA), aprovado recentemente pela ALE-RR e que prevê os investimentos do governo nos próximos quatro anos, o projeto não contém nenhuma novidade para os próximos anos por não existir vontade do Executivo estadual.

“Não estou criticando o governo atual, mas há muitos governos foi estabelecido uma ‘base’ para o PPA e os outros governos vêm fazendo uma cópia sob cópia. Não é feito um estudo para investimentos ou coisa do tipo. Os planos são sempre iguais, um primogênito do outro”, criticou.

Diante da crítica, o deputado apontou algumas das ações previstas no PPA, dentre elas a construção de um Instituto Médico Legal (IML) em Rorainópolis, sul do Estado, e a construção do complexo da Polícia Militar dentro do Parque Anauá. “Essas ações já estavam previstas em outros planos, mas as gestões antigas não realizavam, por isso, a partir do próximo ano elas serão retomadas”, disse. (J.L)