Política

Senado aprova MP que combate fraudes na Previdência

Dos 68 parlamentares que registraram presença na sessão de votação, 55 votaram a favor da MP e 12 contra. A medida segue agora para a sanção presidencial

A Medida Provisória (MP) 871/2019, que visa a combater as fraudes no sistema previdenciário, aprovou, na noite de ontem, dia 3, no plenário do Senado. 68 parlamentares registraram presença na sessão de votação da MP. Destes, 55 votaram a favor da MP e 12 contra.

A MP foi aprovada no último dia antes de perder sua validade e segue para sanção presidencial. O texto aprovado pelos senadores estabelece um programa de revisão dos benefícios com indícios de irregularidades e autoriza o pagamento de um bônus para os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para cada processo analisado fora do horário de trabalho. A proposta também exige um cadastro para o trabalhador rural feito pelo governo, e não mais pelos sindicatos, como é feito hoje e restringe o pagamento de auxílio-reclusão apenas aos casos de pena em regime fechado. 

A medida prevê ainda que o INSS terá acesso a dados da Receita Federal, do Sistema Único de Saúde (SUS) e das movimentações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O acesso aos dados médicos pode ainda incluir entidades privadas por meio de convênio. O governo avalia que a medida vai economizar R$ 10 bilhões por ano. No alvo, estão indícios de irregularidades em auxílios-doença, aposentadorias por invalidez e Benefícios de Prestação Continuada (BPC).

Caso haja algum indício de irregularidade, o beneficiário terá 30 dias para apresentar defesa, sendo 60 dias para o trabalhador rural, para o agricultor familiar e para o segurado especial. Se não apresentar a defesa no prazo ou ela for considerada insuficiente, o benefício será suspenso, cabendo recurso em até 30 dias.

O quórum mínimo para garantir a votação, de 41 senadores, foi atingido após as 17h, horário previsto pelo líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), que precisou dialogar com bloco de oposição do Senado, composto por Rede, Cidadania, PDT e PSB.

Os senadores da oposição se mostraram insatisfeitos com o prazo considerado curto para que os trabalhadores rurais e pescadores se cadastrem junto ao Ministério da Economia e validem o tempo de serviço. Para viabilizar a votação, eles, conseguiram um compromisso do governo para alterar os prazos para cadastramento no texto da reforma da Previdência.

Com o acordo, o governo incluirá na reforma um dispositivo que aumenta o prazo para cadastramento dos trabalhadores rurais e pescadores, caso pelo menos 50% desses trabalhadores não se cadastrem em um prazo de cinco anos.

Alguns senadores se queixaram do trecho que tira os sindicatos do processo de cadastramento previdenciário de trabalhadores rurais. Para eles, a exclusão dos sindicatos no processo dificulta que os trabalhadores rurais façam o cadastro, uma vez que precisam se deslocar, muitas vezes de localidades afastadas, para postos do INSS.

*INFORMAÇÕES: Agência Brasil.