O senador Dr. Hiran (Progressistas-RR) é um dos 31 parlamentares que assinaram o requerimento para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que promete investigar “a crescente influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras”.
Em entrevista à Folha, o senador adiantou que deve ser o representante de seu partido como membro titular no colegiado (a ser formado por 11 titulares e sete suplentes), sem saber ainda qual função irá ocupar no grupo. Postos como presidente, vice-presidente e relator devem ser tratado nesta quarta-feira (9) em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Dr. Hiran acredita que, até a próxima semana, a CPI será instalada e defendeu a criação do grupo de parlamentares, apesar do questionamento sobre a necessidade dele, porque a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas trata de assunto semelhante. “Há um questionamento sobre se seria o mesmo tema, mas não é o mesmo tema. As bets são outra coisa”, declarou.
“Essas bets são empresas que trabalham com moedas não rastreáveis, criptomoedas, estão em paraísos fiscais como Malta, e não pagam um tostão de imposto ao nosso País. Tem gerado muitos problemas de pessoas que terminam sacrificando suas rendas para apostar”, declarou ele, que definiu o problema como “anomalia” e afirmou que “o futebol está completamente contaminado com isso”.
O requerimento para criar a CPI é da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e foi lido em plenário por Pacheco nessa terça-feira (8). A comissão terá 130 dias para concluir os trabalhos e limite de despesas de R$ 110 mil.
Conforme o pedido, a CPI também vai investigar a possível associação das empresas de apostas online “com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro, bem como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades”.
Também assinaram o requerimento senadores, como Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Leila Barros (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (PT-AP), Romário (PL-RJ) e Sérgio Moro (União Brasil-PR).