Senador diz que Governo Lula precisa decidir apoiar ditador ou Roraima na crise migratória

Mecias de Jesus cobrou ação urgente "real, concreta e imediata" ao citar relatório que apontou recorde de pedidos de refúgio

Diariamente, centenas de venezuelanos chegam a Roraima pela fronteira com Pacaraima (Foto: Divulgação)
Diariamente, centenas de venezuelanos chegam a Roraima pela fronteira com Pacaraima (Foto: Divulgação)

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) criticou duramente o Governo Lula ao lidar com a migração venezuelana em Roraima. Em pronunciamento no Senado, o parlamentar cobrou uma ação urgente “real, concreta e imediata” e afirmou que a gestão precisa decidir se vai apoiar o ditador Nicolás Maduro ou o povo roraimense na crise.

“Chegou a hora de o governo federal fazer a sua escolha: vai continuar apoiando a loucura e os desmandos de um ditador, ou finalmente vai apoiar os brasileiros de Roraima e de toda a região Norte, que pagam um preço altíssimo por essa conivência?”, destacou.

Mecias citou dados do relatório “Refúgio em Números”, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o qual revelou recorde histórico de 77.193 pedidos de refúgio em 2023, mais de mil por cento a mais que em 2022.

O senador Mecias de Jesus durante pronunciamento no Senado (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O parlamentar destacou, com base no relatório, que 81,4% dos solicitantes de refúgio são venezuelanos. Ele enfatizou que cerca de 400 estrangeiros do País vizinho entram diariamente no Brasil por Roraima, enquanto o Estado abre apenas 323 vagas de emprego por mês.

Segundo ele, isso impacta negativamente no mercado de trabalho local e resulta na dificuldade dos brasileiros em acessar programas sociais. Ao contrário dos migrantes, pois, segundo Mecias, esse público recebe assistência com maior facilidade.

“O governo federal tem dupla responsabilidade: primeiro porque falha no resultado quando recebe e estoca pessoas em abrigos improvisados e, pior, permite que famílias durmam ao relento nas praças públicas. Isso impulsiona a violência, a miséria, a dependência de álcool e drogas, os crimes, a exploração física, moral e econômica e superlota os serviços públicos do estado, como saúde, educação, segurança e assistência social. E o governo federal fecha os olhos para essa tragédia da qual é aliado”, criticou.