Política

Servidores entraram com mais de 450 ações contra a CERR

Sindicato cobra que trabalhadores da empresa sejam distribuídos em outras áreas do governo

O presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima, Gissélio Cunha, foi um dos entrevistados do programa Agenda da Semana, apresentado pelo Radialista Getúlio Cruz, e falou sobre a negociação de dívidas dos trabalhadores da Companhia Energética de Roraima (CERR) após a demissão de mais de 100 servidores tendo ainda no quadro, 400 trabalhadores divididos em categorias de cargo comissionado, carteira assinada, concursado e prestadores de serviços.

Conforme dito por Cunha, a Companhia Energética de Roraima está sem funcionalidade, mas continua a manter ilegalmente contratações sem processo seletivo após demissão, sem indenização de empregados com mais de 25 anos de serviços prestados. “Há lei que garante que esses funcionários têm os mesmos direitos que uns trabalhadores concursados. Para indenizar os efetivos não há uma previsão de uma quantia, mas o que de fato o sindicato cobra, é que os servidores sejam distribuídos para outras áreas de atuação no governo” esclareceu.

Gissélio Cunha disse que a diversidade de funcionários deveria ser reaproveitada em diferentes setores das secretarias do governo estadual, tendo a possibilidade da criação de um quadro de extinção semelhante ao criado no estado do Amapá. O sindicalista ainda ressaltou questionamento dos motivos que levam uma empresa considerada inoperante desde o ano de 2017, manter cargos comissionados. “A gestão perdeu a concessão, mas mantém a mesma estrutura. Já é o terceiro ano de inatividade e não foi tomada sequer uma providência para deslocar todo o seu pessoal efetivo. É uma situação lamentável de apadrinhados políticos. Devido à rotatividade de gestão da CERR, entra e sai diretoria e continua a mesma situação. Ano passado foi alegado dificuldade financeira para o pagamento de salários, mas como uma empresa sem receita promove novas admissões?” 

Ainda conforme presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima, há informações que o salário do corpo da diretoria teve reajuste de R$ 7 mil reais. “A companhia se recusa a fornecer informações concretas. A empresa demite e não encaminha para o Sindicato, só tomamos conhecimento quando esses servidores procuram a empresa em busca das indenizações”

Gissélio Cunha relembrou denúncias feitas à Folha sobre a intervenção do sindicato para que alguns trabalhadores sacassem o FGTS após a empresa rescindir os contratos considerados nulos. “Os empregados da CERR estão adoecendo. Há um prestador de serviço que sofreu um acidente em 2014 e teve que recorrer à justiça porque a empresa se isentou da responsabilidade”, disse.

Cunha disse que o sindicato não dialoga com a presidência da CERR e que existem 450 ações contra a empresa, a maioria referente ao atraso de salário e danos morais. “Lamentável dizer, mas a CERR não cumpre acordo coletivo. Há muitas pendências por parte dos governos anteriores que o sindicato não pode fazer vista grossa”, concluiu.