A sessão ordinária de ontem da Assembleia Legislativa de Roraima foi suspensa, sem votações ou discussão em plenário, por conta de uma reunião interna entre os deputados. O assunto em pauta seria a demissão de cerca de 1.200 servidores da Casa, ocorrida na semana passada.
Logo no início, depois das formalidades como leitura da ata e expediente com a relação dos documentos recebidos, a sessão foi suspensa para que as comissões pudessem analisar os projetos em pauta, emitir parecer e trazer para votação em plenário. Mas isso também não aconteceu. Com a chegada do presidente da Casa, deputado Chico Guerra (PROS), ao plenário, o foco das discussões mudou e voltou ao caso das demissões anunciadas na semana passada.
Guerra chegou a fazer uso da tribuna, onde agradeceu os votos obtidos no dia 5 de outubro, e afirmou que continuará sendo deputado, embora ainda esteja aguardando o desfecho de uma demanda junto à Justiça Eleitoral relacionada a seu registro de candidatura. Ele não mencionou a questão das demissões e disse que apenas na sessão de hoje, 15, vai se pronunciar sobre outros tópicos, argumentando que quer falar diante de todos os deputados e em plenário.
Depois disso, um grupo de deputados rodeou Guerra e, ainda em plenário, começaram a discutir o tema. Alguns deputados sugeriram que a reunião fosse fechada, e o grupo seguiu para a sala reservada que fica ao lado do plenário. De lá, os deputados foram com Guerra para a sala da presidência, onde estiveram reunidos por quase duas horas.
O resultado da reunião foi comentado com a imprensa apenas pelo deputado Chicão da Silveira (PDT), que voltou ao plenário para encerrar a sessão. De acordo com ele, a ordem do dia foi toda adiada para esta quarta-feira, quando será debatida e votada, iniciando pelos dois vetos governamentais que trancam a pauta. “A Casa vai voltar à normalidade e vamos deliberar todas as matérias”, disse.
Com relação à reunião, Chicão se limitou a dizer que o presidente da Casa concordou em rever algumas situações, principalmente as relacionadas a servidores mais antigos do Poder Legislativo. “Algumas situações serão revistas, até para fazer justiça com algumas pessoas realmente dedicas e que foram exoneradas do cargo comissionado”, comentou.
Ele não informou quantos servidores serão readmitidos e frisou que será analisado caso a caso. “O presidente já tomou a decisão com coerência, humildade e respeito. O Poder Legislativo tem que continuar”, destacou.
Durante a sessão, alguns deputados chegaram a afirmar que o Ministério Público Eleitoral teria solicitado cópia do Diário Oficial da Assembleia, em que teriam sido publicadas as exonerações, mas o procurador regional eleitoral, Ígor Miranda, negou a informação. (EPR)
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