Conforme as recentes declarações da base do governo federal, a previsão é que o novo projeto de reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro (PSL) seja votado e aprovado já em julho deste ano. Caso fosse votado neste mês, ele contaria com o voto contrário da deputada federal Shéridan Oliveira (PSDB).
A parlamentar afirma que votaria “não” se o projeto não passasse por devidas alterações.
A informação foi divulgada por Shéridan durante o programa Agenda Parlamentar na Rádio Folha 100.3 FM, no sábado, 6. A parlamentar afirma que entende que a reforma da Previdência é importante para o Brasil, mas é preciso estar atento a algumas especificidades e características de cada região.
“Existem pessoas que não têm condições de trabalhar até os 65 anos. Não dá para exigir o mesmo de pessoas que trabalham como mecânicos e pessoas que trabalham dentro de escritório. Comparar a vida de um professor com a de um político, que tem tantos privilégios… Não pode ser da mesma forma que seja adotado em todo o Brasil”, afirmou.
A deputada ressaltou ainda que a negativa não é fomentada por oposição política.
“O PSDB tem uma agenda de responsabilidades com o Brasil e muitas pautas transferem a situação de oposição ou base. Não se limitam a colorações ou siglas partidárias”, frisou. “O PSDB é a favor da reforma, tem que ter a reforma, mas tem que começar de cima para baixo, não de baixo para cima. Não há condição de tratar situações diferentes com a mesma régua. Cada realidade é uma. A reforma tem que ser mais humanizada, do jeito que está não”, complementou.
Shéridan afirma que sua decisão é fundamentada na sua base eleitoral, com a necessidade da população de Roraima. Ela afirma que se mantém conversando com os eleitores para entender o que é prioridade para quem vive no Estado e criticou os parlamentares que negociam os votos para benefício próprio.
“A gente não é eleito para fazer acordos em Brasília e desassistir quem nos levou para lá. Não adianta eu querer agradar, porque eu fui eleita por aqui. É por Roraima que eu tenho que trabalhar”, ressaltou.
A parlamentar, que é membro titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), informou ainda que a previsão de aprovação do projeto em julho pode ser adiada tendo em vista a necessidade de examinar cada detalhe do projeto.
“A proposta chegou à CCJC e já começou a discussão nas últimas semanas. Tem muita coisa para mudar ainda. A Previdência tem que ficar mais clara. O que realmente é pago, o que é arrecadado. Os números alarmam, mas ainda não foram esmiuçados. A discussão ainda vai muito longe. Da forma como ela foi apresentada, o meu voto não vai ter”, completou. (P.C.)