Política

Sindicalista deixou de ser eleito por causa de 1 voto

Ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Nilton Pereira, avalia a importância do voto e faz reflexão sobre o papel do candidato

“Sou o exemplo vivo da importância de cada voto”. A afirmação é do ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima, Nilton Pereira, o Nilton do Sindipol (PC do B), que disputou o cargo de deputado estadual nas eleições deste ano e não se elegeu por apenas um voto.
Nilton obteve 2.155 votos, enquanto Evangelista Siqueira (PT) foi eleito com 2.156. Caso tivessem empatado, Nilton seria diplomado por ser mais velho que Evangelista. “Sou um exemplo de que cada voto é hiper importante para a eleição de qualquer candidato, independente do cargo que disputa. Em frente à urna é um dos poucos momentos em que todos os cidadãos se equiparam, independente de raça, religião ou classe social”, disse.
Ele admite que o resultado da eleição deixou o sentimento de frustração, mas afirmou que não pretende desistir da política. “Não posso me esquivar da responsabilidade que meu grupo confiou a mim. Então, temos a certeza da continuidade. Essa foi a primeira experiência e que sirva como lição não apenas para meu grupo, mas para cada pessoa que quer ser candidata e militar na política, da importância do voto”, disse.
Nilton disse que, passado o dia da eleição, avaliou o decorrer da campanha e admite ter errado em vários momentos, mas pondera não ser possível chegar a uma única conclusão sobre o resultado do pleito. “Fica sempre aquela condicionante: se tivesse andando um pouquinho mais, se tivéssemos ficado mais tempo com um policial, familiares ou amigo, insistindo nas nossas propostas, mostrando a viabilidade e a importância para o desenvolvimento de Roraima. É como se fosse um fantasma que fica ali te rondando e não deixa chegar a uma conclusão”, comentou.
Na opinião dele, essas eleições podem ser consideradas diferentes das demais, principalmente por conta do comportamento do eleitor. “O eleitor está diferente. Sem dúvida nenhuma. Sabemos de casos de eleitor que pegou quatro e até cinco bocas de urna [dinheiro em troca de voto], mas votou naquele candidato que ele escolheu, que ele acredita na proposta. A resposta das urnas é um basta em tantos anos de humilhação e desmandos. Muitos políticos, que já estão há tempos no poder, sempre tiveram certeza do curral eleitoral e que Roraima é um feudo, mas isso mudou”, frisou.
Para ele, um fator determinante para a mudança é a educação. “Praticamente em toda família, por mais humilde que seja, tem alguém que está cursando faculdade, e a educação tem contribuído para esse quadro”, reforçou.
O recado que Nilton do Sindipol deixa para os eleitores tem esse tom: “Que o eleitor vote com a consciência das propostas apresentadas e que a boca de urna não prevaleça sobre a verdadeira vontade e compromisso de fazer”. (EPR)