Política

Sindicalista pede atenção para a agricultura familiar

Indefinição na titularidade de terras dificulta acesso de produtores a recursos de programas federais para incentivo à produção

A Secretária de Política Agrícola, Reforma Agrária e Meio Ambiente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Mucajaí e coordenadora do Fórum de Agricultura Familiar em Mucajaí, Antônia Bezerra, foi entrevistada pelo radialista Getúlio Cruz na manhã deste domingo, 26, durante o programa Agenda da Semana, transmitido pela Rádio Folha AM 1020, e pediu mais apoio do governo do Estado para a agricultura familiar.

“Nós queremos uma agricultura com políticas públicas eficientes e um desenvolvimento pleno dos envolvidos. Fomos marginalizados pelos governos anteriores e por isso pedimos da atual gestão que nos olhe com mais atenção, porque nós somos a mola que vai impulsionar o desenvolvimento econômico de Roraima”, afirmou a secretária.

Durante a entrevista, que durou cerca de uma hora, Antônia Bezerra destacou e apontou alguns problemas sofridos pelos agricultores familiares no Estado, e principalmente na região onde mora, conhecida como Comunidade do Sonho, a 14 quilômetros do município de Mucajaí.

Para Antônia, a “péssima” infraestrutura das estradas e das pontes do interior do Estado é o maior problema enfrentado pelos agricultores familiares para produção e escoamento dos gêneros produzidos pelos agricultores. “As comunidades que estão margens das rodovias federais ainda não sofrem tanto, mas quem mora perto das vicinais, bem para dentro mesmo, sofre muito, principalmente por causa das pontes de madeiras, que estão muito velhas, e, às vezes, até quebradas”, destacou.

Outro ponto levantado pela entrevistada foi a regularização das terras para a produção. Conforme ela explicou, a situação indefinida dos produtores, que não têm a titulação definitiva de suas terras por estarem dentro de glebas que ainda não foram transferidas pela União para o Estado, “desanima” o crescimento da atividade.

“Hoje, tudo o que nós vamos fazer precisa ter a titulação definitiva. Muita gente que opta pela agricultura produz ‘na cara e na coragem’ porque não tem a titulação definitiva do terreno. Além de que é impossível para a gente ter acesso aos muitos programas de incentivo para a produção, já que somos barrados por não termos o documento e acabamos ficando impedidos de produzir porque não temos renda, e o dinheiro federal que deveria ajudar a investir, fica parado”, contou Antônia Bezerra.

De acordo com a secretária do sindicato de Mucajaí, o governo atual deve sobrepor-se a tudo o que os outros governos não fizeram e desenvolver políticas públicas eficazes para o desenvolvimento do ramo da agricultura familiar no Estado. “Somente quando esses problemas forem resolvidos é que nós poderemos trabalhar para valer e ter acesso a todos os benefícios a que temos direito. Acredito que só assim nosso Estado vá para a frente. Por isso peço que o Governo do Estado nos auxilie nesta questão”, justificou a sindicalista.  (J.L)