De acordo com publicação desta segunda-feira, 5, da coluna “Painel”, do Jornal Folha de São Paulo, O Superior Tribunal Federal (STF) pode tirar da Justiça Federal o inquérito que apura a invasão de celulares de autoridades do Governo Federal. A legalidade do conteúdo dos textos também deve ser debatido pela corte.
Segundo a jornalista Daniela Lima, a discussão sobre a legalidade e a autenticidade dos diálogos já deve aparecer no julgamento de habeas corpus do ex-presidente Lula, em análise pelos ministros da segunda Turma. O petista pede a suspeição de Sergio Moro (Justiça) sob o argumento de que o então juiz agiu de forma parcial. A previsão é a de que o caso seja debatido até setembro.
“A defesa de Lula fez referência na ação a mensagens reveladas pelo The Intercept em que o então juiz orienta o trabalho de procuradores. Para a PF, as conversas são fruto da invasão de celulares, o que não foi confirmado. Mas, dizem ministros, suscita o debate sobre o uso de provas obtidas de modo ilegal”, destacou a colunista.
Segundo Moro, a ação de hackers teria mirado Jair Bolsonaro, ministros do STF e do STJ, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Por isso só, isso daria brecha para o Supremo assumir o caso. A jornalista também ressaltou na coluna que o coordenador da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, teria agido em cooperação com Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, ao incentivar um cerco ao presidente do STF, Dias Toffoli.
“Mensagens reveladas pela Folha e pelo The Intercept mostram que Dallagnol incentivou investigações sobre Toffoli. Só o procurador-geral, com o aval do Supremo, poderia atuar nesse caso. Ministros reclamam de ‘silêncio sepulcral’ de Janot”, completou.
*INFORMAÇÕES: Jornal Folha de São Paulo.