Política

Suely Campos quer aumentar base aliada na Assembleia Legislativa

À Folha, Suely Campos revelou que já está em conversa com alguns deputados do grupo independente

A governadora Suely Campos (PP) pretende aumentar o esforço para construir uma forte base aliada na Assembleia Legislativa de Roraima, necessária para a aprovação dos projetos do Executivo nos próximos meses. Na maior parte do primeiro semestre, ela teve a seu favor apenas oito dos 24 deputados estaduais.

Em entrevista exclusiva à Folha, Suely Campos falou sobre o relacionamento do Governo estadual com o Legislativo e afirmou que terá como foco aumentar a atuação da base aliada na Assembleia. “Admito que preciso aumentar minha base governista. Isso é claro e já estamos conversando com alguns parlamentares que hoje integram a oposição, mas que tem predisposição de apoiar o governo, pois conhecem nosso trabalho em prol de Roraima e estão dispostos a colaborar para o crescimento do Estado. Tudo é boa vontade e interesse pelo Estado e isso temos muito”, disse.

Ela classificou como injusto o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Prisional, aprovados pelos deputados estaduais. “Eu tenho posicionamento que esta CPI é injusta e não tem como incriminar ninguém legalmente. Ela foi um ato puramente político, pois hoje temos uma oposição na Assembleia cujo foco de trabalho é a governadora Suely Campos e não a população de Roraima”, comentou.

Para Suely, a instabilidade política gerada pelo pedido de impeachment está criando dificuldades para o Executivo. “Eles não têm que pensar na governadora, mas na população de Roraima, pois o Estado tem que avançar, o Estado precisa ter serviços necessários de saúde, educação, segurança e agricultura e os parlamentares estão agindo equivocadamente”, disse a governadora afirmando que tomará medidas judiciais para contornar a situação.

“Esse é fato [pedido de impeachment] inteiramente político. Temos avançado na saúde, temos avançado na educação e na agricultura. Temos melhorado em questões relacionadas à segurança pública e estamos equilibrando a parte econômica e fiscal do Estado, além de estarmos arrecadando mais. Vencemos lutas históricas, como a da febre aftosa e acabamos com entraves históricos de Roraima”, lembrou.

A chefe do Executivo concluiu afirmando que, na medida que o Estado cresce e avança positivamente, o governo pretende se posicionar de forma mais efetiva na Assembleia. “Queremos que nosso Estado mude e prospere, tenha uma matriz econômica melhor. Queremos remover os entraves para crescer, pois não queremos ser o Estado da economia do contracheque e, para isso, temos que aumentar nossa produção e levar Roraima a crescer saudavelmente com a ajuda dos parlamentares que querem o bem de nosso Estado”, frisou.

Deputados afirmam que relação é amistosa, mas independente

À Folha, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (SD), afirmou que, o Poder Executivo e Legislativo têm um relacionamento institucional. “Nós respeitamos os atos do Governo, mas temos nossa opinião e particularmente enfrento uma divergência sobre os atos do governo, mas a relação é equilibrada”, comentou.

Jalser destacou que toda relação, seja boa ou ruim, tem críticas construtivas. “O próprio Poder Legislativo também recebe críticas e cabe a cada deputado avaliar se pode melhorar ou não. Por enquanto, a gente procura construir uma relação amistosa, mas independente”, reafirmou.

Para o líder do Governo na Assembleia, deputado Brito Bezerra (PP), o Poder Legislativo está buscando a harmonia. “A LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] é uma prova dessa boa vontade tanto do Executivo quanto do Legislativo. Demonstra o entendimento político no sentido de atender as prioridades de Roraima”, avaliou.

O deputado Mecias de Jesus (PRB), que integra a base aliada de Suely Campos na Casa Legislativa, disse que sua expectativa é que se possa construir um caminho de paz entre base governista e oposição. “Busco um caminho da paz, não por mim, nem pela governadora, nem pela Assembleia Legislativa, mas pelo estado de Roraima. Precisamos encontrar o caminho do consenso e respeito mútuo que o Brasil precisa e que Roraima precisa. Não podemos ficar o tempo todo nos digladiando. Na eleição de 2014, a governadora ganhou e os deputados ganharam. A eleição será no próximo ano e o povo tem oportunidade de trocar quem eles quiserem”, concluiu.