Política

Suely diz que questão de energia e fundiária destravarão o Estado

Para governadora, reunião com a presidente Dilma Rousseff, na semana passada, foi essencial para resolução de problemas de Roraima

Durante uma hora e meia de entrevista, a Governadora de Roraima, Suely Campos (PP), afirmou estar esperançosa em relação ao futuro do Estado. Em resposta aos questionamentos realizados pelo radialista Getúlio Cruz, durante o programa Agenda da Semana da Rádio Folha, AM 1020, na manhã de ontem, 29, ela considerou que o posicionamento incisivo da presidente Dilma Rousseff (PT) em resolver efetivamente a questão energética do Linhão de Tucuruí e o repasse das terras da União para o Estado “irá desenvolver Roraima e mudar completamente a matriz econômica estadual”.

Suely revelou que a publicação da carta de anuência pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que permite a construção do Linhão de Tucuruí no trecho Manaus-Boa Vista, passando por dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, permitirá a retomada da obra do linhão, interligando Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em até três anos.

“Após dois encontros com a presidente, ela nos disse que iria tomar medidas imediatas em relação aos entraves que o nosso Estado estava sofrendo. E assim ela fez, quando, três dias depois da audiência, me ligou e deu a notícia”, disse a governadora, referindo-se à ligação realizada pela presidente, na quinta-feira, 26, informando que a carta havia sido assinada pelo presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, e protocolada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A governadora afirmou ainda que a presidente se comprometeu a resolver,o quanto antes, o impasse da criação da Unidade de Conservação Lavrados no Estado, último ponto exigido por um decreto federal para que seja homologada a transferência das terras da União para gerência do Estado.

“Junto com a senadora Ângela Portela (PT), levei um estudo demostrando para a presidente que Roraima não tem condições de criar mais uma área de conservação. Diante de um mapa, feito por técnicos locais, nós expusemos que temos apenas cerca de 800 mil hectares aptos para produção e que eles não podem ser afetados ou isso comprometeria completamente o futuro produtivo do nosso Estado. Nós, então, sugerimos a reedição do decreto, no qual nós já cumprimos 90% das condicionantes, ou que ela permita a dupla-afetação, que, de forma alguma, irá comprometer as áreas indígenas no Estado”, explicou a governadora, afirmando que Dilma anunciou que iria encontrar uma solução para o problema o mais breve possível.

Para Suely, o posicionamento do Governo Federal mostra empenho em promover o crescimento de Roraima e permitirá que o setor do agronegócio tenha as condicionantes necessárias para desenvolver-se e, como consequência, mudar a economia do Estado.

“Estamos confiantes que a presidente trará, na sua próxima viagem a Roraima, quando retornará ao Estado para inaugurar os apartamentos do “Minha Casa, Minha Vida”, a solução para o repasse das terras. É com imensa alegria que iremos recebê-la e vamos nos empenhar para garantir a todos os nossos agricultores a segurança jurídica de que eles tanto precisam para se desenvolver”, afirmou a governadora.

Para encerrar, Suely disse que também está sendo discutido com o Governo Federal a instalação de um porto de mar brasileiro, o Porto Cabello, na Venezuela, que irá permitir, por meio de um acordo diplomático entre os países, o escoamento da produção local para qualquer lugar do mundo. “Isso ainda demorará um pouco, apesar de não gerar custos, pois depende apenas de um acordo formal da pessoa da presidente com o governo venezuelano. Contudo, o contato ainda não foi feito, mas já está sendo preparado”, pontuou Suely Campos.  (J.L)

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“Nós precisamos enxugar o custeio da máquina para poder honrar com todos os compromissos”, disse a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), na manhã de ontem, durante o programa Agenda da Semana, da rádio Folha AM 1020.

Suely anunciou que está tendo dificuldades para pagar todos os servidores estaduais em dia e que, por isso, um estudo foi realizado para que a partir de janeiro alguns cargos sejam cortados. “Infelizmente, nós vamos ter que diminuir. Nós não podemos avançar e atravessar uma crise, como a que o País está encarando, sem enxugar a máquina. Não queremos que a população entre em pânico, mas sabemos que algumas secretarias foram criadas de outras secretarias e que atendem com recursos muito maiores do que é realmente necessário. Por isso, elas irão retornar para as suas secretarias de origem como um departamento”, explicou Suely.

Conforme a governadora, as mudanças só ocorrerão a partir de janeiro do próximo ano. “Ainda para esse ano tudo permanecerá como está. Nós temos que fazer isso para que o governo não brinque com o servidor, contratando pessoas e não tendo condições de pagá-las”, reforçou.

Mesmo com o anúncio, a governadora afirmou que será criada a Secretaria Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres. Ela ressaltou que os recursos para a criação desta pasta são mínimos quando equiparados à necessidade do órgão no Estado. “Nós não podemos mais conviver com os números de violência conta as mulheres de Roraima. O Brasil todo tem esse mecanismo de assistência à mulher, mas Roraima não tinha nada para executar as políticas nacionais de enfrentamento. Mas, a secretaria será criada com recursos muito enxutos, porém, com uma aplicação extremamente atuante”, disse. (J.L)