Política

Suzete consegue habeas corpus; Telmário diz que é perseguição

A médica e ex-deputada, Suzete Macedo, se entregou à Polícia Federal ontem, mas teve habeas corpus concedido cinco horas depois

O senador Telmário Mota (PDT), em entrevista coletiva à imprensa ontem, disse que a prisão de sua esposa, a ex-deputada estadual e médica Suzete Macedo, foi política e não apenas jurídica. Ela teve sua prisão decretada pelo juiz Helder Girão Barreto, na sexta-feira, 20, e se entregou à Polícia Federal ontem pela manhã. Mas, em menos de cinco horas depois teve habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ganhando liberdade.

Na decisão, a juíza federal, Rosimayre Gonçalves de Carvalho, afirmou que o juiz em Roraima, Girão Barreto, teria revogado uma decisão anterior do juiz titular que está de férias, no momento que determinou o início do cumprimento da pena por Suzete, o que precisava ser analisado novamente pelo Tribunal. “Determino o recolhimento do mandado de prisão para reexame da questão pela Corte”, justificou a magistrada.

O senador Telmário frisou que a prisão da esposa seria política. “Pois eu pergunto: quem são os aliados do senador Romero Jucá [PMDB] que hoje estão presos? Se for adversário, o destino é cadeia. Se não for, é o benefício”, afirmou.

Para o parlamentar, a prática da chamada “gafanhotagem”, crime pelo qual a esposa foi condenada, seria um procedimento comum no Estado. “Se ela cometeu esse erro, e não acredito que tenha cometido, não foi por má índole. É lamentável que isso tenha ocorrido em Roraima, mas existia e existe uma prática que ainda é mantida, hoje, em vários locais”, afirmou. “Gafanhoto” é como se chama quem recebe sem trabalhar, pois “apenas come na folha de pagamento”.

Telmário disse ainda que a esposa foi pega de surpresa com o mandado de prisão. “O que nos causou surpresa é que a prisão de Suzete foi decretada enquanto os autos estavam nas mãos dos advogados de defesa”, disse, alegando que a esposa tem residência fixa e nunca foi notificada para comparecer à Justiça sobre a decisão.

“Ela não se apresentou antes porque não teve acesso aos autos e nem sabia a razão da prisão. Os advogados entenderam que era melhor aguardar para evitar esse constrangimento que hoje ela passou. Reafirmo que a prisão não é jurídica, é política. Ela está de consciência tranquila”, frisou.

A ex-deputada estadual, Suzete Macedo, foi condenada a 6 anos e 8 meses de reclusão por envolvimento em esquema de desvio de verbas públicas. Ela deveria começar a cumprir pena no regime semiaberto.