Política

Tarifas de cartas e telegramas serão reajustadas pelos Correios

Alegando que precisa diminuir o déficit orçamentário, que deve chegar a R$ 2 bilhões até o fim do ano, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) anunciou que irá reajustar em 8,89% o valor das tarifas de serviços de entrega de cartas e telegramas em todos os estados do país. A medida deve aumentar as receitas da empresa em cerca de R$ 700 milhões.

A decisão sobre o aumento foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na semana passada, que publicou portaria autorizando o acréscimo nas tarifas dos serviços postais e telegráficos, tanto nacionais quanto internacionais, que são prestados pelos Correios.

Além da revisão das tarifas, o novo presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, informou que medidas administrativas também fazem parte do pacote previsto. Ele quer adiar a renovação das frotas de carros e caminhões da empresa, que atualmente ocorre a cada cinco anos.

Os contratos de 4,8 mil imóveis que a empresa aluga serão também revistos, verbas publicitárias e de patrocínio serão cortadas e até o horário de funcionamento das agências poderá sofrer alterações. Para o ano que vem, o objetivo é cortar R$ 1,7 bilhão em gastos e aumentar em R$ 300 milhões a receita da empresa.

A estatal informou que, com a atualização nos preços, o envio de uma carta não comercial, por exemplo, que hoje custa R$ 0,95, passará para R$ 1,05. A carta comercial, que hoje custa R$ 1,40, subirá para R$ 1,50. A carta social, voltada aos beneficiários do Programa Bolsa Família, permanecerá com tarifa de R$ 0,01.

Em Roraima, quem depende do envio de cartas e telegramas para se comunicar com familiares de outros estados, países ou para fins comerciais terá que pagar mais caro pelo serviço. É o caso da funcionária pública Patrícia Silva, que manda cartas semanalmente para o filho, que mora na Argentina. “A gente costuma se comunicar por cartas. Assim como todos os outros aumentos que ocorreram esse ano, esse é mais um abuso que cometem com a população”, afirmou.

Para o autônomo Felipe Cerqueira, apesar de os valores de envios de cartas e telegramas serem pequenos, os sucessivos aumentos nos preços de produtos e serviços prejudicam a todos. “Apesar de ser um valor mínimo, é sempre ruim ter que pagar mais caro por um serviço, que não é tão bem prestado assim”, frisou.

CORREIOS – A reportagem da Folha entrou em contato com os Correios em Roraima, para saber se outras medidas de contenção de gastos da empresa serão aplicadas no Estado e se afetarão o consumidor, mas até o fechamento desta matéria, às 16h00 de ontem, não obteve retorno.