Política

Telmário defende o restabelecimento de energia elétrica da Venezuela

O Senador afirmou que acredita que, por enquanto, essa é a melhor saída para o estado. Por isso defende que se tenha um entendimento, para suprir essa crise.

Há alguns dias que o assunto restabelecimento da energia elétrica da Venezuela para Roraima vem ganhando força. Um dos defensores dessa possibilidade é o senador Telmário Mota (PROS-RR), que foi entrevistado pelo economista Getúlio Cruz durante o programa Agenda da Semana desse domingo, 23, na Rádio Folha FM 100.3.

O estado de Roraima é o único do Brasil que depende da energia produzida pela hidrelétrica de Guri/Macaguá, em Puerto Ordaz, no norte da Venezuela. Segundo Telmário Mota, essa seria uma medida paliativa, até que as obras do Linhão de Tucuruí, entre Manaus (AM) e Boa Vista, estejam concluídas, interligando assim Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). 

“A Venezuela tem esse interesse em retomar o fornecimento da energia para Roraima. E eu acredito que, por enquanto, essa é a melhor saída para o nosso estado que vive sob apagões quase que diariamente, pois as termoelétricas não suportam, são ineficientes. Estamos pagando muitos milhões por uma energia que pode ser considerada a mais cara do país, mas também a de pior qualidade. Por isso defendo que se tenha um entendimento com a Venezuela para voltar à energia de Guri para suprir essa crise”, afirmou o senador.

O parlamentar explicou que é favorável ao abastecimento de Roraima pela Venezuela, porque a construção do Linhão de Tucuruí vai demorar, embora esteja bem avançadas as tratativas sobre a obra, que levará três anos para ser concluída. “A interligação de Roraima ao SIN é prioridade para o Governo Federal, para mim e toda a bancada roraimense em Brasília. Acredito que as obras devam iniciar no segundo semestre deste ano, mas levarão três anos para a conclusão, mesmo período que as empresas vencedoras do leilão terão para a reposição da energia renovável. Então a alternativa seria Guri”, ressaltou Telmário Mota.

Segundo o parlamentar, as usinas termoelétricas consomem cerca de 1 milhão de litros de óleo diesel todos os dias, um custo diário de R$ 3,5 milhões subsidiado pela Conta Nacional de Combustível (CNB). “O estado brasileiro passou a ser abastecido integralmente por essas termoelétricas, que custam mais caro do que a eletricidade venezuelana, que seria de cerca de R$ 264 milhões por ano”, disse. 

Em março deste ano, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que a geração de energia elétrica para atender Roraima vai custar R$ 1,6 bilhão aos consumidores brasileiros em 2019, porque está sendo gerado 210 Mega Watts apenas de térmicas a óleo diesel.

Senador comenta sobre continuidade das obras do Linhão

A decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1, em Brasília, na última quarta-feira, 19, que foi favorável pela continuidade das obras do Linhão de Tucuruí de Manaus (AM) até Boa Vista (RR), o senador Telmário Mota afirmou que essa deliberação é a mesma de 2015. “Se trata daquela autorização que o Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos renováveis] tinha dado quatro anos atrás, que eu tinha conseguindo com Dilma Rousseff, à época presidente do Brasil, em 16 de dezembro desse mesmo ano, para passar o linhão por dentro de trecho da terra indígena Waimiri-Atroari”, disse.

“Essa determinação do TRF1 contraria o Ministério Público Federal do Amazonas, que havia impetrado duas ações para que fossem suspensas as obras do linhão e a anulação da licença prévia dada pelo Ibama, porque os Waimiri-Atroari não tinham sido consultados. Ficamos felizes que a turma do TRF1 entendeu e deu causa ganha para a continuidade das obras”, ressaltou Telmário Mota. Ele comentou que dos cinco desembargadores federais da 5ª Turma do TRF três votaram, sendo dois votos favoráveis à continuidade da obra. Ainda há outros dois desembargadores que vão apresentar os votos por essas semanas para encerrar esse processo.