Política

Telmário Mota diz vai cobrar que ALE fiscalize Governo do Estado

Além disso, o pedetista afirmou que pretende investigar o aumento excessivo nos gastos da Casa Legislativa

Embora tenha composto a base aliada à governadora eleita, Suely Campos (PP), o senador eleito, Telmário Mota (PDT), disse que apoio não é sinônimo de subserviência. Prova disso é que ele pretende cobrar que a Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR) cumpra o papel como fiscalizador do Executivo.
Além disso, o pedetista afirmou que pretende investigar o aumento excessivo nos gastos da Casa Legislativa. Segundo ele, de 2002 para 2012, as despesas da Casa triplicaram, representando 7,7% das despesas correntes líquidas do Estado, quase o dobro da média nacional, que é de 4,1%.
Ele frisou que a ALE-RR tem prédio próprio, o número de deputados não aumentou e as despesas com expediente não justificariam esse aumento. “A Assembleia tem que ser repensada. O deputado tem que trabalhar e não ficar chantageando o Governo, cuidando de empresa, de transporte escolar. No meu mandato, essa situação não vai ficar como está”, criticou durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020.
Segundo Telmário, uma mudança drástica na ALE-RR é fundamental para dar a Suely a governabilidade de que ela precisa, evitando um “colapso político no Estado”. “Tem que começar com uma repactuação entre Assembleia, Governo do Estado e demais poderes. Chamar todos para uma conversa e cortar algumas mazelas na carne”, enfatizou.
Ele criticou, ainda, a atuação do Ministério Público de Contas (MPC), que, segundo ele, beira a inconstitucionalidade e disse não conseguir entender a autonomia dada à instituição. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) questiona a legalidade da medida no Supremo.
Ele falou ainda sobre o Judiciário, a quem atribuiu a culpa pelo fato de os últimos governos de Roraima terem governado todo o mandato “pendurados” após decisões judiciais e mantidos nos cargos por meio de liminares. “O Brasil grita por reformas importantes para a nação, inclusive no Judiciário. Ele não pode ser o senhor da verdade com falta de celeridade, liminares fragilizando a administração pública, fazendo com que um governante administre com ‘um olho no padre e outro na missa’. São muitas as situações em que a justiça precisa ter sua responsabilidade”, disse.
O senador eleito criticou ainda o posicionamento do governador Chico Rodrigues (PSB) após sua derrota nas urnas. Ele se refere ao envio para a Assembleia Legislativa de Roraima do projeto de lei que institui o auxílio alimentação de R$ 500 para 16 mil servidores; decreto que elevou o sublimite para R$ 1,8 milhão para adesão de micro e pequenas empresas ao Simples Nacional, que resulta na renúncia de receita de cerca de R$ 700 mil ao mês e incorporação da GID (Gratificação de Incentivo à Docência) ao salário dos professores, que atualmente é de quase R$ 800 e paga a professores em sala de aula. “Roraima tem sido uma supermãe para Chico. Ele deveria ter, no mínimo, responsabilidade com o povo”, disse.