O governo do estado precisa tomar uma iniciativa urgente para alavancar o setor produtivo, a agroindústria e outros setores, bem como necessita melhorar, urgente, a saúde, a segurança e a educação, que são políticas públicas básicas que devem estar a contento da população. “Já se passaram oito meses que a atual gestão assumiu o estado e ainda não podemos visualizar algo que possamos dizer que houve melhoras significativas”, ressaltou o senador Telmário Mota (PROS) durante entrevista ao economista Getúlio Cruz, nesse domingo (1º), no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha FM 100.3.
“Eu costumo dizer que nasci aqui, em um estado rico, que tem todas as condições para ser uma das unidades da federação mais ricas do Brasil. Eu não tenho ‘plano B’ para Roraima, que é como se fosse um barco pra mim, pois se afundar, todos nós afundamos juntos. Acredito no crescimento desse estado, mas desde que se promovam políticas públicas com planejamento. Em períodos eleitorais é necessário que a população e principalmente os eleitores analisem os planos de governo, seja o Executivo Municipal ou Estadual”, ressaltou o senador Telmário Mota.
Além de sugerir o que deve ser feito para melhorar as condições econômicas que possam alavancar o desenvolvimento de Roraima, o parlamentar voltou a afirmar que não será candidato nas eleições municipais do ano que vem, mas o seu partido, o PROS, vai abraçar uma candidatura à Prefeitura de Boa Vista que tenha compromisso em mudar a cidade do atual quadro que se encontra. “Por exemplo, o próximo prefeito ou prefeita tem que tirar o projeto de lei da Zona de Processamento de Exportação, para que se gere emprego e renda; que faça um estudo técnico desses pardais de fiscalização eletrônica que estão aí somente como uma indústria de multas, enchendo o bolso de empresas de fora que nada contribuem para o nosso estado”, ressaltou o senador.
Segundo ele, o próximo chefe do executivo municipal tem também que rever o contrato milionário com a Sanepav, empresa responsável pelo recolhimento do lixo na cidade. “Conforme já foi dito, há supostos indícios de corrupção nesse contrato, inclusive vereadores de Boa Vista protocolaram requerimento na Câmara com o pedido de abertura de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Lixo para averiguar possíveis irregularidades em processos de licitação firmados entre a Prefeitura de Boa Vista e essa empresa. Temos que fazer sobrar recursos milionários que são gastos com o desnecessário”, afirmou Telmário Mota.
O parlamentar sugeriu também ao próximo prefeito que se preocupe em trabalhar para o fortalecimento da economia do município de Boa Vista, dando ao homem do campo condições de trabalho e dar a esse trabalhador a titulação de suas terras. “É preciso melhorar o atendimento na saúde básica, de creches para incluir as crianças que estão fora de sala de aula. Temos que fazer uma política que esteja preocupada com o desenvolvimento e crescimento econômico de Boa Vista, mas, sobretudo, que seja uma política social de inclusão das pessoas, para que tenham emprego e renda”, enfatizou.
União não tem compromisso com Roraima, diz senador
Ao se referir a essa falta de atenção do Governo Federal com Roraima, o senador Telmário Mota disse que o estado está sofrendo por conta da imigração. “Não sou contra os imigrantes no estado, mas é notório o impacto que essa imigração desenfreada causa em áreas como saúde, segurança e educação; e o governo federal sabe do que se passa aqui, mas parece fechar os olhos para essa problemática. A União está em dívida com Roraima, que não tem energia, não tem terras, os servidores do ex-Território não foram enquadrados, todos os estados conseguiram renegociar suas dívidas e Roraima não. O governo federal não tem tido compromisso com o estado, infelizmente. E eu tenho que defender os interesses do nosso estado”, comentou o parlamentar.
Mota informou que na última terça-feira (27) recebeu uma ligação do embaixador da Venezuela no Brasil, Alberto Castellar, que disse ao parlamentar roraimense que o governo da Venezuela está disposto a conversar com o governo brasileiro para retomar o fornecimento da energia de Guri ao estado de Roraima. “Eu passei isso para o ministro da Casa Civil, Onixy Lorenzoni, que ficou de providenciar essa questão e que me daria um retorno falando do que houve na reunião com o governo federal”, disse. O senador comentou que essa questão é interessante pelo lado econômico. “Sai mais barato comprar a energia da Venezuela do que pagar pelo diesel que abastece as termelétricas que, quase todos dos dias, nos deixam sem energia elétrica. Hoje se gasta R$ 1,3 bilhão ao ano com diesel, enquanto com o país vizinho o custo seria algo em torno de R$ 300 milhões por ano”, afirmou. (E.R.)