'Teve fogo amigo’, diz Cascavel sobre rejeição de seu nome

O empresário e ex-deputado estadual Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, teve seu nome rejeitado pelos deputados estaduais para a presidência da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). Ele estava à frente do órgão desde que Antonio Denarium (PSL) assumiu o governo do Estado, em janeiro deste ano.

Em entrevista à Folha de Boa Vista, Cascavel disse ter recebido o chamado “fogo amigo” na votação para o cargo.

“Deus escolheu o melhor para mim. Não fiquei surpreso, e estou bem tranquilo e sereno. Ter posições moralistas, sérias e com projeto incomoda algumas pessoas. Já conversei com alguns dos deputados e teve fogo amigo contra minha indicação. Teve gente que votou em mim e mais gente ainda que queria votar e não pôde. Foi uma decisão da Assembleia e uma posição pessoal de cada um. O tempo os ensinará que o Estado está acima de tudo. Por enquanto, deixo sobressaírem as vaidades de cada um. Já fui presidente daquela Casa e tenho respeito pela instituição”, afirmou.

O parlamentar lembrou que entrou na fundação quando o governo ainda estava sob intervenção federal. 

“Eu fiquei cem dias na Femarh em uma gestão pautada pela legalidade e transparência e aumentei as licenças de dez anos para produtores. Enfim, resgatei naquela instituição o que precisava ser regatado. Pretendo cuidar das minhas coisas, pois sou empresário, vendedor de goiaba e manga, e fui à Femarh cumprir uma missão que o governador me deu na intervenção, não fui para ficar lá”, concluiu.

Segundo o artigo 33, inciso 18, da Constituição do Estado de Roraima, antes da nomeação é preciso que os parlamentares avaliem as condições curriculares dos indicados para assumir pastas como a Defensoria Pública, da Procuradoria-Geral do Estado, das fundações públicas, das autarquias e empresas de economia mista.

Com a rejeição, o governo do Estado terá o prazo de até dez dias para encaminhar à Casa Legislativa outro nome para apreciação da Comissão Especial e Externa e votação em plenário. “O governador nomeia, mas a Assembleia precisa aprovar esse nome. Caso seja reprovado, como aconteceu, a Casa informará ao Executivo que ele terá um prazo para remeter outro nome”, explicou o assessor legislativo Jardel Souza Silva.