O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou, por 5 votos a 2, o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e a tornou inelegível por oito anos. A decisão, tomada nesta terça-feira (30), entendeu que a parlamentar cometeu abuso de poder político ao divulgar informações falsas sobre as eleições de 2022.
A ação foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Apesar da decisão, Zambelli poderá continuar no cargo até que todos os recursos sejam julgados pela Justiça Eleitoral. A juíza Claudia Bedotti, que havia pedido vista do processo em dezembro, foi a última a proferir o voto que consolidou a maioria na corte.
Defesa e reação política
Após o julgamento, Zambelli se manifestou nas redes sociais, classificando a decisão como injusta. “A justiça divina vai prevalecer sobre a injustiça dos homens”, escreveu. Em nota oficial, a deputada afirmou que seguirá representando seus eleitores enquanto houver possibilidade de recurso.
“Hoje o TRE-SP entendeu por anular os votos de 946.244 cidadãos paulistas e cassar meu mandato de deputada federal. Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis”, declarou.
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Julgamento ainda será finalizado, porque juiz pediu vistas de dez dias para proferir o voto. Restam três votos para conclusão da análise de recursos
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Parlamentares aliados também comentaram o caso. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a decisão, alegando que a cassação impactará diretamente a composição do partido na Câmara dos Deputados. “Com essa decisão, o PL perderá cinco deputados que foram puxados pela votação de quase um milhão de votos”, afirmou.
Já o senador Jorge Seif Júnior (PL-RJ) defendeu que a permanência ou saída de parlamentares deve ser decidida pelos eleitores. “Quem tem que cassar parlamentar é o eleitor nas urnas, não tribunais”, argumentou.
Possibilidade de recurso
A defesa da deputada ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a cassação. Enquanto o processo tramita, Zambelli mantém seu mandato e suas atividades parlamentares. Caso a decisão seja mantida em instâncias superiores, o PL perderá uma das cadeiras na bancada paulista da Câmara.
