Política

Venezuela deportará jornalistas que foram detidos

A rede de televisão norte-americana Univisión informou na segunda-feira,25, que a Venezuela decidiu deportar uma equipe de notícias liderada pelo âncora Jorge Ramos, que foi detida brevemente no palácio presidencial porque sua linha de questionamento incomodou o presidente Nicolás Maduro. 

A equipe de seis pessoas ficou detida por mais de duas horas no palácio Miraflores, depois de Maduro dizer que não gostou das perguntas, relatou Ramos aos repórteres depois de chegar ao seu hotel de Caracas, que estava cercado de agentes de inteligência armados.

Há tempos o governo da Venezuela vem mantendo um relacionamento tenso com a mídia, que considera em grande parte hostil e alinhada a interesses “imperialistas”.

Detenções curtas e deportações se tornaram comuns na Venezuela, especialmente de repórteres que enfrentam atrasos para conseguir permissões oficiais e procuram atalhos para fazer seu trabalho.

A questão ganhou relevo no último mês, já que Maduro enfrenta seu maior desafio político desde que substituiu Hugo Chávez seis anos atrás agora que dezenas de países estão reconhecendo seu rival Juan Guaidó como o líder legítimo do país.

Ao menos sete jornalistas estrangeiros que foram cobrir os distúrbios foram detidos brevemente em janeiro.

Ramos, um âncora mexicano veterano, disse que indagou Maduro a respeito da falta de democracia na Venezuela, da tortura de prisioneiros políticos e da crise humanitária na nação.

O presidente interrompeu a entrevista depois que lhe mostraram um vídeo de jovens venezuelanos comendo restos de um caminhão de lixo.

“Eles confiscaram todo nosso equipamento”, disse Ramos à Univisión em uma entrevista. “Eles ficaram com a entrevista.”

Ramos disse que as autoridades informaram à sua equipe que todos seriam deportados nesta terça-feira e que teriam que estar no aeroporto às 8h locais. Ele disse que a equipe se programou para partir em um voo de meio-dia para Miami.     

O ministro da Informação, Jorge Rodríguez, disse no Twitter que o governo já acolheu centenas de jornalistas no palácio Miraflores, mas que não apoia “shows baratos” feitos com a ajuda do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Caracas acusa os EUA, que vêm defendendo abertamente a renúncia de Maduro, de tentarem orquestrar um golpe.

Fonte: Portal Terra