Política

Venezuela está a um passo de ser rebaixada no Mercosul

País poderá perder a condição de membro pleno para associado no bloco

O impasse envolvendo a Venezuela e o Mercosul ganhará uma nova face a partir de agora. Na sexta-feira, dia 12 de agosto, terminou o prazo para que o país se adequasse tecnicamente às normas técnicas da união aduaneira, após quatro anos de adesão.

Caracas cumpriu parcialmente o acertado, dando munição aos países que querem os venezuelanos fora da união aduaneira.

Com isso, o destino do país começará a ser selado no próximo dia 23, em reunião em Montevidéu entre altos funcionários dos governos do Brasil, do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. Caracas não deverá enviar emissários.

Brasil, Argentina e Paraguai defendem que a Venezuela perca representatividade no bloco. Isso poderia significar o rebaixamento do país de membro pleno do Mercosul a associado, ou seja, nas mesmas condições de Bolívia e Chile, por exemplo, sem direito a voto. Outro tipo de punição não descartado seria a suspensão dos venezuelanos por questões ligadas aos direitos humanos.

Um golpe recente sofrido pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro foi a impossibilidade de Caracas assumir a presidência pro tempore do bloco esse semestre. A Venezuela enfrenta uma longa e profunda crise econômica e precisa importar quase tudo o que consome.

É esperada, neste sábado de manhã, uma manifestação do governo brasileiro em relação ao tema. A importância da reunião de Montevidéu, voltada para o funcionamento do Mercosul, será um dos pontos fortes da nota, a ser divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, segundo uma fonte.