Dos mais de 7 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos em todo o mundo, apenas 69.189 foram autorizados a votar na eleição presidencial marcada para o próximo dia 28 de julho. ONGs denunciam que obstáculos impostos por Caracas têm dificultado o registro de expatriados nos cartórios eleitorais fora do país.
Obstáculos
Os principais obstáculos para a inscrição incluem a exigência de passaporte válido e documentos de residência no exterior. Além disso, o período de inscrição foi reduzido drasticamente para apenas quinze dias, em vez dos dois meses inicialmente previstos. Esses entraves burocráticos têm impedido que muitos venezuelanos no exterior exerçam seu direito ao voto.
No final de maio, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, considerado pró-Maduro, retirou seu convite à União Europeia, que enviaria observadores independentes para monitorar o pleito. Essa decisão aumenta ainda mais as dúvidas sobre a credibilidade da votação do dia 28 de julho.
Assédio durante as eleições
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, acusou nesta quarta-feira, dia 3, o governo do presidente Nicolás Maduro de intensificar o assédio e o número de prisões contra opositores a poucas semanas das eleições presidenciais. A denúncia foi feita durante a atualização de um relatório sobre a situação na Venezuela, apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça.
A comunidade internacional observa com preocupação as medidas adotadas pelo governo venezuelano que parecem restringir o processo democrático e dificultar a participação dos cidadãos no exterior, levantando questões sobre a transparência e legitimidade do processo eleitoral no país.
