Política

Yanomami, ex-líder de conselho explica por que garimpo nunca vai acabar

Alberto Brazão Góes defendeu maior presença do Estado brasileiro no território indígena, no lado de Roraima

O ex-presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Alberto Brazão Góes, disse nesta quinta-feira (16), durante reunião da comissão temporária externa para acompanhar a situação dos yanomami, no Senado, que o garimpo ilegal nunca vai acabar porque os próprios indígenas se beneficiam da atividade.

“Sabe quando o garimpo vai acabar? Eu yanomami digo: nunca no território yanomami, porque o próprio parente yanomami favorece, ele se autobeneficia, ele lucra com aquela atividade ilegal”, disse o indígena amazonense, que citou a frequência com que os garimpeiros retornam à localidade mesmo após as operações policiais.

Góes defendeu maior presença do Estado brasileiro na região, no lado de Roraima, e lembrou da época em que serviu ao Exército Brasileiro, em que via a instituição cercar o território yanomami no Amazonas e expulsar os invasores. “A gente fazia reconhecimento de fronteira, patrulha na fronteira, expulsando qualquer invasor. É isso que falta no Estado de Roraima”, avaliou.

A comissão é presidida pelo senador Chico Rodrigues (PSB) e ainda conta com os senadores de Roraima, Hiran Gonçalves (Progressistas) e Mecias de Jesus (Republicanos).

Durante a reunião, a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) citou a consequência que pode acontecer se o garimpo ilegal avançar no território yanomami. “Se o povo yanomami for exterminado, é só questão de tempo pra humanidade também ser exterminada”, disse.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, disse que os indígenas sofrem diretamente com a destruição promovida pelo garimpo. “Na região onde dá mais invasão, especialista, médico, falam que esses cabelos que caem são resultado de mercúrio sim”, afirmou.

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