Há um ano atrás a Design e Estudante de música, Lanna Milly, viveu esse momento especial na Maternidade, ao dar à luz a pequena Ana Júlia. A mamãe de primeira viagem destaca que a hora dourada é um momento único e mágico que será lembrado para sempre.
“Por conta das circunstâncias do meu parto, minha bebê estava roxinha, precisou de oxigênio antes da primeira mamada, eu lembro quando médica a colocou enroladinha em cima de mim, coberta com um pano e me ajudou a colocar ela pra mamar, foi rapidinho, parece que o nosso bebê já sabe o que fazer, é um momento lindo. A amamentação em si é muito importante e a primeira então é algo mágico. Tem um poder, uma coisa diferente. O primeiro toque no nosso bebê, ele ali encostadinho na nossa pele, no nosso corpo e criando aquele laço único”, destacou a mãezinha da Maria Julia que fez um ano no último dia 17.
Na semana da infância o destaque é para as ações desenvolvidas no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, no incentivo ao aleitamento materno, fundamental para a saúde das crianças nos primeiros anos de vida.
Como principal estratégia para garantir que o maior número de bebês nascidos em Roraima receba o leite materno, a Maternidade adota há mais de 10 anos, os 10 passos para o sucesso no aleitamento materno.
De acordo com a coordenadora do Banco de Leite Humano da Maternidade, Sílvia Renata Furlin, os 10 passos são trabalhados diariamente na unidade e com todas as mãezinhas.
“Fazem parte de uma estratégia do Ministério da Saúde que a nossa equipe tem buscado cada vez mais o conhecimento e a competência necessárias para apoiar, com todos os cuidados desde o momento do nascimento”, explicou a coordenadora.
Segundo ela, o 4° passo que estimula o contato pele a pele é fundamental para obter o sucesso no aleitamento materno.
“A primeira hora de vida do bebê é tão importante para seu futuro que é conhecida como hora dourada, por isso há uma recomendação mundial para que a primeira mamada do bebê ocorra na “Hora Dourada”, pois assim estimula o recém-nascido a mamar o mais cedo possível e traz inúmeros benefícios para ele e para a mãe”, disse.
RECONHECIMENTO – Os 10 passos fazem parte também da estratégia de humanização do parto e a iniciativa tem contribuído para o reconhecimento junto ao Ministério da Saúde, por meio da conquista do título “Hospital Amigo da Criança”, conferido pelo MS em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Amigos do Peito
Por meio do trabalho integrado surgiu o projeto Bombeiros Amigos do Peito, em que a corporação é parceira do Banco de Leite há mais de seis anos, auxiliando nas coletas de leite nas residências.
Atualmente 80 mulheres realizam a doação de leite e na Uti Neonatal, cerca de 40 recém nascidos precisam dessa doação.
Para o Sargento Silveira, que desde de 2018 faz parte do projeto, o sentimento é de gratidão. Para ele a doação de leite se iguala a doação de sangue.
“O leite materno garante o desenvolvimento saudável dos bebês e por isso fazer parte desse projeto é gratificante. Podemos comparar com a doação de sangue que é fundamental para salvar vidas de bebês que estão na UTI. Diariamente coletamos os frascos nas residências e é um trabalho conjunto das mães doadoras, do Corpo de Bombeiros e do Banco de Leite”, destacou o Sargento Silveira.
A coleta acontece de segunda a sexta-feira. Os militares utilizam todos os equipamentos de proteção individual, para receber o leite e transportar até a Maternidade com toda a segurança.
A Unidade disponibiliza um número de telefone para que as mamães possam receber as orientações corretas na hora de doar o leite. Pelo telefone (95) 98414-0772 é possível obter todas as informações e tirar dúvidas.
“Todas essas iniciativas tem como foco ajudar as nossas gestantes. Para algumas mãezinhas tudo começa bem confuso e algumas ficam sem saber a posição certa de pegar o bebê, a preocupação se ele tá comendo o suficiente. No início pode doer bastante e como é dessa experiência que vem o laço de amor que só cresce a cada dia, estamos aqui para auxiliar de todas as formas possíveis, reforçando especialmente a prática do 4° passo para o sucesso no aleitamento materno”, concluiu a coordenadora.
Os 10 passos
Passo 1 – Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde;
Passo 2 – Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar esta política;
Passo 3 – Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno;
Passo 4 – Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento; conforme nova interpretação: colocar os bebês em contato pele a pele com as mães, imediatamente após o parto, por pelo menos uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê mostra sinais de que está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário;
Passo 5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos filhos;
Passo 6 – Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica e/ou de nutricionista;
Passo 7 – Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos – 24 horas por dia;
Passo 8 – Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda;
Passo 9 – Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém-nascidos e lactentes;
Passo 10 – Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade. Conforme nova interpretação: encaminhar as mães a grupos ou outros serviços de apoio à amamentação, após a alta, e estimular a formação e a colaboração com esses grupos ou serviços.