ACNE DEVE SER TRATADA

A Acne pode matar? Veja os melhores cuidados e prevenções para tratar o problema

A doença pode aparecer em qualquer momento da vida e, quando não tratada, pode oferecer riscos graves à saúde.

A doença geralmente, quando bem tratada, some após um curto período de tempo e sem complicações. (Foto: Divulgação)

A Acne é uma das mais frequentes doenças cutâneas. O problema de saúde é enfrentado por 85% da população brasileira em algum momento da vida. Além do desconforto e a perda de autoestima, a acne pode ser a porta de entrada para diversas doenças que, em casos mais graves, podem levar à morte.

Recentemente uma estudante de Biomedicina, Dâmilly Beatriz da Graça, morreu após contrair a superbactéria Staphylococcus aureus, bactéria extremamente agressiva e de difícil reversão. Segundo sua mãe, a acne foi a porta de entrada para a infecção da filha.

A acne é uma inflamação cutânea que se caracteriza pelo aparecimento de cravos, espinhas, nódulos e cistos, predominantemente no rosto, mas também na área das costas, peitos e ombros.

Apesar de ser, geralmente, associada à adolescência, a acne pode ocorrer em qualquer fase da vida e devido a vários fatores.

O QUE CAUSA ACNE?

Entre os principais fatores estão as alterações hormonais. Por isso, a condição atinge o público adolescente com maior frequência. Cerca de 60% das meninas e 70% dos meninos sofrem com cravos e espinhas na puberdade.

Outro fator é o aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas, associados à obstrução dos folículos pilosos e colonização bacteriana. Essas glândulas podem ser estimuladas pela desregulação hormonal, estresse, uso de medicamentos (corticosteroides orais ou tópicos, anticonvulsivantes), cosméticos oleosos e alimentação rica em gorduras ou leite.

Na idade adulta, as mulheres são mais propensas às oscilações hormonais e à acne. Cerca de 54% das mulheres acima dos 25 anos podem ser afetadas pela acne adulta, segundo informações do Jornal da Academia Americana de Dermatologia.

TIPOS DE ACNE

A acne pode ser classificada de acordo com a gravidade em:

•Comedões: popularmente conhecidos como cravos brancos ou pretos. Representam o estágio inicial da acne. 

•Pápulas: pequenas lesões inflamatórias, avermelhadas e elevadas. 

•Pústulas: conhecidas como espinhas, apresentam pus no centro.

•Nódulos e cistos: lesões maiores, profundas, dolorosas e que podem cicatrizar. 

PERIGOS DE NÃO TRATAR A ACNE

A acne quando não tratada pode acarretar mais que impactos psicológicos. Além da dor e desconforto, é uma porta aberta para entrada de bactérias diretamente na circulação sanguínea, podendo causar uma condição chamada bacteremia.

Isso pode levar a uma infecção generalizada, conhecida como sepse, que é uma emergência médica potencialmente fatal. A sepse pode causar danos aos órgãos, incluindo o coração, cérebro e rins, e pode levar à falência múltipla de órgãos e ao choque séptico. É importante tratar rapidamente a bacteremia e a sepse para evitar complicações graves e, em casos severos, a morte.

Renata Castilho, dermatologista, alerta que é fundamental evitar espremer as espinhas, pois além de aumentar o risco de cicatrizes, as mãos podem ser uma fonte de contaminação, aumentando a chance de infecção. Também é importante não mexer no rosto, pois isso pode espalhar a sujeira e aumentar a oleosidade.

CUIDADOS E PREVENÇÕES

Alguns cuidados podem ser tomados para diminuir a aparição de acne, principalmente durante a rotina do dia-a-dia.

•Manter a higiene da pele com sabonete e água morna para remover excesso de oleosidade, sem irritar a pele.

•Usar produtos oil-free e não-comedogênicos que não obstruam os folículos pilosos.

•Não espremer as lesões para evitar infecções e cicatrizes.

•Seguir uma dieta balanceada, evitando excesso de carboidratos refinados, leite e derivados.

•Reduzir estresse com atividade física, ioga, meditação. O estresse libera hormônios que podem agravar a acne.

•Usar protetor solar diariamente, pois a radiação UV também estimula a produção de sebo.

•Consultar um dermatologista regularmente para avaliar a necessidade de tratamento medicamentoso preventivo nos períodos de maior atividade das glândulas sebáceas, como na adolescência.

Em casos mais graves é necessário o uso de ácidos e medicações, prescritos somente por um dermatologista. A automedicação pode envolver riscos e complicações, principalmente a piora do quadro, como o efeito rebote. Por isso, sempre busque um especialista para auxiliar no caso.