Acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é uma doença crônica que, segundo estudo realizado pelo Ministério da Saúde, continua atingindo e matando mais mulheres com idade entre 30 e 69 anos. Em Roraima, os registros feitos pela Secretaria Estadual de Saúde de 2018 até março deste ano, apontam 177 casos.
Os dados de 2019 para o Estado também já indicam grande incidência nos homens, com 43 registros.
O AVC é dividido em dois tipos: o isquêmico, quando há obstrução no vaso sanguíneo no cérebro, dificultando a passagem de oxigênio, e o hemorrágico, quando existe o rompimento do vaso, ocasionando, então, sangramento.
O neurologista Felipe Portela explica que ambos são graves e aponta quais são as pessoas que apresentam maiores fatores de risco.
“Pacientes com pressão alta não controlada, fumantes, diabéticos e com colesterol alto são pessoas com maiores inclinações para ter um AVC,” explicou o médico.
Ele também esclareceu que o derrame cerebral não tem correlação direta com o intenso calor e não existem estudos específicos sobre o assunto, mas que altas temperaturas podem influenciar na pressão sanguínea, por isso devemos manter cuidados.
Quando a doença se instala, não há como evitá-la, mas existem sintomas que denunciam que a pessoa terá o AVC.
“Costumamos usar a sigla S.A.M.U para orientar no reconhecimento de um acidente vascular cerebral. O ‘S’ é atenção ao sorriso. Pessoas que têm sorriso torto quando sua fisionomia era normal, pode ser um sinal. O ‘A’ se refere ao abraço. Se houver dificuldade para levantar os braços e cair, também é um sinal. O ‘M’ de mensagem. Peça para a pessoa repetir uma frase, quem está tendo o AVC não consegue compreender nem falar. E por último o ‘U’ de urgência, quando detectado todos ou algum dos sintomas, ligar para o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, número 192] para que a pessoa seja imediatamente socorrida,” explicou o neurologista.
Existem escalas que podem determinar a gravidade de um AVC e também apontar como o paciente reagirá após o derrame cerebral.
“Nós usamos as escalas para também acompanhar a melhora dos pacientes, já que a doença pode causar diferentes consequências. Fisioterapia, fonoaudiólogos e psicólogos fazem parte da equipe que tratarão o paciente em questão,” concluiu Felipe Portela.