Com o sistema imunológico em amadurecimento, as crianças podem ser alvos fáceis para o surgimento de alergias inesperadas, deixando muitos pais sem saber o que fazer. Diante disso, a FolhaBV conversou com um médico para entender melhor como as respostas do organismo funcionam.
O pediatra Ricardo Loureiro explicou que o sistema imunológico tem células especializadas em identificar e defender o organismo de substâncias externas, como vírus e bactérias. Entretanto, há casos em que o corpo humano tem uma resposta de defesa exagerada, causando a alergia.
“Alergia na infância pode ser mais comum que na vida adulta, pois as crianças têm um sistema imune mais ativo, que reage mais às substâncias externas. Há muitas histórias de pessoas que tiveram alergia durante toda a primeira infância, mas por volta dos cinco ou sete anos melhoraram e depois ficaram bem. Isso ocorre justamente por conta do processo de adaptação do sistema imunológico”, afirmou o pediatra.
Segundo ele, apesar de haver casos em que a alergia surge de uma predisposição genética, todos correm o risco de desenvolverem essa condição médica em qualquer momento da vida. Já o fator que desencadeia a alergia pode variar bastante.
“Tudo que entra em contato com o corpo pode causar uma reação alérgica, como perfume, tinta de parede, bijuteria, tecido ou até a composição do botão de uma calça, varia muito. Em crianças, a alergia ao leite de vaca é relativamente comum. Ela se manifesta em vários sistemas do organismo, seja na pele, nos olhos ou sistema cardiorrespiratório, podendo causar um choque anafilático”, comentou.
Conforme Ricardo Loureiro, as reações causadas pela resposta exagerada das células de defesa podem ser desde leves coceiras na pele, inchaço dos lábios e dedos, a crises de asma e diarreias. Há casos mais graves, em que a alergia se manifesta de forma mais intensa, podendo causar a morte.
Quanto ao tratamento, o pediatra ressaltou que o melhor a ser feito é evitar a exposição ao que causa a alergia. Quando isso não é feito e causa reações, a medicação é dada apenas para amenizar os sintomas, e não para curar a condição em si.
“Além de controlar a exposição, atualmente há terapias de dessensibilização, que o paciente tem contato em pequenas doses com o que lhe causa alergia, até o momento em que ele não reage mais à substância”, informou o pediatra.