A ambliopia acontece quando existe uma diferença na capacidade de visão entre os dois olhos. Segundo a oftalmologista Eloisa Klein, a imprecisão da visão ocorre mesmo que não haja lesão orgânica perceptível do olho. Nesses casos, o paciente amblíope tem perda da visão de profundidade e em uma situação bastante típica é a de não ser capaz de enxergar o 3D nos cinemas.
“A ambliopia ocorre mesmo com o uso de óculos ou ainda quando os dois olhos não atingem a visão máxima mesmo com óculos. Esta diminuição da visão acontece por interação anormal entre os olhos, como por exemplo um estrabismo ou uma grande diferença de grau entre os dois olhos, fazendo com que o olho com maior grau seja menos estimulado, ou por privação de visão, como por exemplo a presença de catarata congênita” explica a especialista.
Por se tratar de um problema silencioso, ou seja, sem sintomas perceptíveis, muitas vezes só é descoberto no exame oftalmológico.
Oftalmologista ressalta a importância de que os pais levem seus filhos para consulta com o oftalmologista antes dos 7 anos (Foto: Divulgação)
“Infelizmente, o modo mais frequente de descoberta é quando o paciente acidentalmente cobre um dos olhos e percebe que a visão fica pior. Outra forma é quando o paciente vai para uma consulta de rotina e, ao ser examinado, não atinge cem por cento de visão mesmo com óculos e não são encontradas alterações nos olhos” diz.
Tratamento
Para crianças com estrabismo, o tratamento deve ser realizado até os 7-8 anos de idade. Em casos de grande diferença de grau entre os dois olhos, porém com boa função binocular, o tratamento pode ser realizado até os 12 anos de idade aproximadamente.
Após estas faixas etárias infelizmente não há tratamento. “O tratamento vai depender de cada caso. Em geral, são prescritos os óculos com a máxima correção associado ao uso de tampão para estimular a visão do olho mais fraco. Em casos selecionados, pode-se usar colírio para realizar a penalização” explica Eloisa.
A médica ressalta a importância de que os pais levem seus filhos para consulta com o oftalmologista antes dos 7 anos de idade para que exista tempo hábil para tratar, se alguma alteração for identificada. “A mensagem mais importante é que a melhor forma de tratamento é a prevenção” ressalta a especialista.