Saúde e Bem-estar

Aquecer alimentos no micro-ondas aumenta risco de câncer? Entenda

Entenda esse e outros mitos sobre o que pode ou não causar câncer

Inventado em 1947 nos Estados Unidos e popularizado no Brasil no começo dos anos 1990, o forno de micro-ondas hoje é parte natural da lista de eletrodomésticos de muitas casas. Mas, ainda assim, até hoje desperta questionamentos sobre sua segurança para preparar alimentos ou mesmo em ficar por perto dele durante seu funcionamento. Entenda esse e outros mitos sobre o que pode ou não causar câncer.

Exposição a forno de micro-ondas pode provocar câncer.
mito
A radiação do micro-ondas tem apenas a propriedade de cozinhar e/ou aquecer os alimentos, não alterando a estrutura química ou molecular do alimento. Assim, o consumo de alimentos aquecidos no micro-ondas não aumenta o risco de câncer.

O forno de micro-ondas emite uma forma de radiação não ionizante classificada como possivelmente cancerígena para seres humanos, mas a estrutura do forno está preparada para que a radiação não extravase para o ambiente externo.

É importante seguir as instruções de utilização dos aparelhos, pois podem trazer riscos se estiverem danificados, principalmente as vedações de portas antigas ou defeituosas – causas mais comuns de vazamento desse tipo de radiação. Outras formas são acúmulo de sujeira, abuso mecânico ou simplesmente o desgaste do uso contínuo. 

O excesso de gordura corporal aumenta o risco de ter câncer.
verdade

O excesso de gordura corporal provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular e inibem a apoptose (morte programada das células). Dessa forma, a gordura contribui para a formação e a progressão de diversos tipos de câncer, como o de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo e possivelmente próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.

A atividade física previne o câncer independentemente da perda de peso.
verdade
Além de auxiliar no controle do peso corporal, a atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios (reduz a resistência à insulina e os níveis de estrogênio circulantes), reduz o tempo de trânsito gastrintestinal (com isso diminui o período de contato dos tecidos locais com substâncias que promovem o câncer) e fortalece a defesa do nosso organismo. Existem recomendações que sugerem a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, mas já há evidências de que a atividade física traz benefícios para a prevenção de câncer e para a saúde mesmo quando realizada por menos tempo. Também é importante limitar hábitos sedentários, tais como assistir à televisão, usar por muito tempo o computador ou jogar videogame. Caminhar ou ir de bicicleta para o trabalho, subir pelas escadas ao invés dos elevadores, estabelecer momentos com a família e/ou amigos para atividades ao ar livre e/ou em praças públicas são algumas opções para aumentar a atividade física no dia a dia.

Existem alimentos milagrosos que podem curar o câncer.
mito
Não podemos atribuir a nenhum alimento específico poder de cura. A alimentação saudável deve ser variada e composta por diferentes tipos de alimentos protetores, como frutas, legumes, verduras, feijões e outras leguminosas, cereais integrais, castanhas e outras oleaginosas. Existem evidências claras que uma alimentação saudável auxilia na prevenção e no tratamento do câncer. A recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções, ou seja, 400g por dia de vegetais, sendo duas porções de frutas e três porções de legumes sem amido (como cenoura, couve-flor, berinjela, tomate) e verduras. Cada porção equivale a uma quantidade que caiba na palma da sua mão (80g), do produto picado ou inteiro. Consuma alimentos de diferentes cores, como vermelha, verde, amarela, branca, roxa e laranja. Quanto mais colorida for sua refeição, melhor.

Aquecer alimentos ou adicioná-los quentes a recipientes plásticos pode aumentar o risco de câncer.
verdade
O aquecimento de recipientes plásticos contendo alimentos pode liberar substâncias nocivas com potencial de causar câncer, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos. Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não dessas substâncias nos recipientes utilizados, o recomendável é nunca aquecer alimentos em recipientes plásticos, inclusive mamadeiras. O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro temperado ou de porcelana que suportem o calor. Essa cautela se aplica também para as bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo. O filme plástico utilizado para proteger e cobrir alimentos também deve ser evitado, pois o vapor condensado pode respingar substâncias perigosas no alimento. É mais seguro usar papel toalha, pano de prato ou saco de papel. Tais cuidados são simples e podem evitar danos à saúde.

Fonte: www.inca.gov.br