A Urihi Associação Yanomami relatou a morte de quatro crianças da região do Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, e atribuiu o episódio desta semana à falta de helicóptero para resgatá-las da localidade de difícil acesso.
“A interrupção ou atraso dos voos gera um impacto negativo a população Yanomami, levando a um possível colapso”, disse o presidente da Urihi, Júnior Hekurari Yanomami, em nota nas redes sociais. Ele prometeu relatar o caso ao MPF (Ministério Público Federal) para “não deixar que tal situação siga adiante, e que a vida da população seja preservada”.
Segundo a associação, a primeira criança vítima pertencia à comunidade Kuniamari, a segunda ao Keeta, e outras duas à Kataroa. A entidade disse que, no sábado (24), o helicóptero foi retirado da base de Surucucu para Boa Vista, capital de Roraima, devido à troca de uma peça danificada da aeronave.
“Em situações como essa, a empresa mantém outro helicóptero na cidade, qual deveria ter sido enviado para base na Terra Indígena Yanomami, devido o alto fluxo de resgates por meio de asas rotativas”, disse a Urihi, que destaca ser nítida a falta de planejamento e responsabilidade da gestão do Dsei (Distrito Especial Sanitário Indígena) Yanomami e Ye’kuana, encarregado de levar saúde a aproximadamente 30.600 indígenas (95% do acesso a eles necessita que seja aéreo).
A Folha procurou o Ministério da Saúde sobre o caso e aguarda retorno.