O Laboratório Central de Roraima (Lacen-RR) fecha o mês de janeiro com alta no índice de positividade de exames para Covid-19. Dos 4.666 testes realizados, 2.315 foram positivos, o que corresponde à taxa de 49,6%.
Em dezembro, o laboratório analisou 3.847 testes e constatou a presença do novo coronavírus em apenas 80 exames, o que representava taxa de apenas 2%.
“Esse é um excelente termômetro pra identificar a situação epidemiológica do nosso Estado”, explicou a diretora técnica do Lacen, Cátia Alexandra Ribeiro Meneses.
Vale lembrar que os testes analisados pelo Lacen são os do tipo RT-PCR, coletado por um cotonete nasal ou nasofaríngeo. É o exame mais indicado, por possuir um alto índice de acerto na identificação do paciente infectado ou não com a doença. “São testes padrão ouro, porque são extremamente específicos e sensíveis que vão identificar o genoma [códigos genéticos] do vírus”, disse.
Variante Ômicron relacionada ao aumento de casos em Roraima
Roraima confirmou neste mês a circulação da Ômicron. Para Cátia Alexandra, a presença da cepa sul-africana, conhecida por ser altamente transmissível, está diretamente relacionada ao aumento exponencial de casos em janeiro.
Ela lembrou que o Lacen, após observar um novo aumento de casos, enviou 67 amostras de pacientes – que testaram positivo entre o final de dezembro e o início de janeiro – para o laboratório Fiocruz Amazônia, um dos responsáveis por analisar as coletas do Estado. Desses, o Lacen recebeu o resultado de 20 e todos detectaram a presença da Ômicron. Desses pacientes, 18 são de Boa Vista, um é do Cantá e um é de Pacaraima.
Como é feita a análise das amostras
Para ser alvo de análise no Lacen, primeiramente o teste tem que ser positivo para a doença. Depois, o laboratório, baseado em critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, envia no mínimo dez amostras mensais para análise na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Amazônia ou o IEC (Instituto Evandro Chagas) – número que pode aumentar conforme a demanda, o critério estabelecido pela instituição que vai analisá-la ou até o momento da pandemia.
Por fim, o laboratório que receber os exames, conforme demanda e especificidade, seleciona os exames e envia os resultados para o Lacen que recebe todas as amostras de RT-PCR em Roraima.
“É um processo que pode demorar 10, até 15 dias pra fazer toda análise do genoma de uma única amostra, é bem complicado, bem demorado”, explicou a diretora técnica.
O Lacen analisa a presença de variantes do coronavírus desde abril de 2020. Desde lá, segundo o último boletim epidemiológico da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), 322 amostras detectaram variantes em Roraima: 266 da Gama, 35 da Delta, 20 da Ômicron e uma da Mu.