Muitas pessoas têm buscado respostas sobre o transtorno borderline, e para atender a essa demanda, a psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa explicou por meio do seu canal no YouTube, os traços, graus e tipos deste transtorno de personalidade que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Relembrando o que caracteriza o borderline, ela destaca que trata-se de um transtorno de personalidade marcado por extrema instabilidade de humor, flutuações intensas de emoções, hipersensibilidade, baixa autoestima, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, tendência à autodestruição e impulsividade, incluindo ataques de fúria.
“Esse transtorno opera predominantemente com base em emoções, com pouca influência da razão, contrastando com o perfil oposto do psicopata. Essa intensidade emocional pode levar a distorções na percepção da realidade e a um sentimento de rejeição, resultando em uma série de sintomas associados”, destacou.
Para a psiquiatra, é interessante notar que ter o diagnóstico não é necessariamente algo ruim. Como a Dra. Ana Beatriz ressalta, ter um traço borderline pode significar ter uma hipersensibilidade artística ou outras características sem que isso leve a transtornos.
“O importante é buscar ajuda quando esses traços se tornam prejudiciais”, frisou.
Tipos de Borderline
Quando se trata dos tipos de borderline, é possível identificar duas categorias fundamentais: o tipo explosivo e o implosivo. O tipo explosivo caracteriza-se por manifestar intensos sintomas, frequentemente desencadeando ataques de fúria e raiva de grande magnitude.
“Indivíduos desse tipo, quando confrontados com frustrações ou decepções, tendem a liberar sua raiva de maneira explosiva, incluindo xingamentos e palavras ofensivas, afetando não apenas a si mesmos, mas também aqueles ao seu redor”, explicou a psiquiatra.
Por outro lado, o tipo implosivo, embora também apresente todos os sintomas característicos do borderline, lida de maneira diferente com suas emoções.
Em vez de explosões de raiva, eles direcionam seu sofrimento para dentro, optando geralmente por comportamentos autodestrutivos, como automutilação, uso de drogas ou autoflagelação, quando enfrentam situações de rejeição ou abandono.
É importante destacar que ambos os tipos refletem a complexidade desse transtorno, mas se expressam de maneiras distintas na busca por lidar com as emoções avassaladoras que caracterizam o borderline.
Graus de Borderline
Além disso, no que diz respeito aos graus de borderline, é importante considerar que eles variam de acordo com a gravidade dos sintomas e a autopercepção do indivíduo afetado.
Ana Beatriz destaca que existem três categorias principais: leve, moderado e grave. Os casos leves são caracterizados por pessoas que conseguem reconhecer sua condição, procuram tratamento, exercem um certo grau de controle sobre seus impulsos e têm consciência de sua situação.
“No entanto, quando se trata de casos moderados, a complexidade aumenta. Nesses casos, os indivíduos enfrentam dificuldades em aceitar sua condição, muitas vezes atribuindo a culpa a terceiros e lutando para reconhecer a necessidade de tratamento”, disse ela.
Por fim, os casos graves representam um desafio significativo, pois os afetados têm dificuldade em reconhecer seu transtorno e frequentemente atribuem seus problemas a outras pessoas, evitando a busca por ajuda profissional.
A autopercepção desempenha um papel crucial na diferenciação dos graus de borderline, sendo que, quanto mais grave, menos insight o indivíduo possui sobre sua condição.
Portanto, a capacidade de reconhecer a necessidade de tratamento e buscar melhorias é fundamental no enfrentamento desse transtorno complexo.
Como Ana Beatriz Barbosa destaca, o conhecimento sobre esses aspectos pode ajudar a identificar, entender e buscar tratamento adequado para essa condição complexa.
Se você ou alguém que você conhece lida com questões relacionadas ao borderline, não hesite em procurar ajuda profissional e apoio. O entendimento é o primeiro passo para a superação.