ECONOMIA E SAÚDE

Brasileiros aumentam gastos com medicamentos em despesas de saúde

Dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Aumento expressivo chama a atenção para a importância dos medicamentos no orçamento das famílias brasileiras (Foto: Raisa Carvalho)
Aumento expressivo chama a atenção para a importância dos medicamentos no orçamento das famílias brasileiras (Foto: Raisa Carvalho)

Recentes dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam uma tendência preocupante: os gastos dos brasileiros com medicamentos têm crescido significativamente em relação às despesas totais com saúde.

Em 2020, os brasileiros desembolsaram um total de R$ 143,1 bilhões em medicamentos, o que correspondia a 32,5% das despesas com saúde das famílias. No ano seguinte, esses números subiram para R$ 168,3 bilhões, representando 33,7% das despesas totais. Esse aumento expressivo chama a atenção para a importância dos medicamentos no orçamento das famílias brasileiras.

É importante ressaltar que além das despesas diretas, o consumo efetivo de medicamentos pelas famílias também inclui os remédios distribuídos gratuitamente pelo governo, os quais são contabilizados como despesas públicas. Em 2021, esses gastos públicos totalizaram R$ 12,2 bilhões, representando 3,4% da despesa de consumo final do governo com saúde.

Entre os anos de 2010 e 2019, os gastos das famílias com medicamentos se mantiveram estáveis, em torno de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, a partir de 2020, esse percentual aumentou para 1,9% do PIB, indicando um aumento significativo nos dispêndios com medicamentos em relação à renda nacional.

Paralelamente, o consumo de serviços de saúde privada, que inclui os planos de saúde, avançou de 2,5% para 3,8% do PIB até 2020, mas registrou uma ligeira queda para 3,5% em 2021.

Quanto aos gastos do governo com saúde, a Saúde pública foi a atividade que mais recebeu recursos, representando 3,4% e 3,2% do PIB em 2020 e 2021, respectivamente. Em comparação, em 2010, esse percentual era de 2,7%.

No que diz respeito aos medicamentos fornecidos gratuitamente às famílias pelo governo, a participação em relação ao PIB diminuiu de 0,2% em 2010 para 0,1% em 2021. Já os serviços de saúde adquiridos pelo governo junto ao setor privado corresponderam a 0,7% do PIB em 2021, oscilando entre 0,6% e 0,7% ao longo da série temporal.