POBREZA MENSTRUAL

Campanha de arrecadação de absorventes é prorrogada até maio em Roraima

Iniciativa nacional busca combater a pobreza menstrual arrecadando absoverntes com apoio de universitários e instituições locais.

Entrando no site Fluxo Sem Tabu, você consegue ajudar monetariamente a compra de itens. (Foto: Divulgação)
Entrando no site Fluxo Sem Tabu, você consegue ajudar monetariamente a compra de itens. (Foto: Divulgação)

Foi prorrogada até o dia 10 de maio a campanha Adote um Ciclo, promovida pelo Instituto Ela – Educadoras do Brasil, em parceria com o Instituto Yduqs e instituições de ensino superior como Estácio, Ibmec, IDOMED e Wyden. A iniciativa tem como objetivo arrecadar absorventes e promover a dignidade menstrual de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade.

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Em Roraima, o Centro Universitário Estácio da Amazônia mobiliza estudantes, professores e a comunidade local. As doações podem ser feitas no campus da Estácio e também nos seguintes pontos de apoio: Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Sebrae Roraima, Assembleia Legislativa, OAB Roraima e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima (Faperr).

Além das instituições envolvidas, qualquer pessoa pode contribuir com a campanha. Doações financeiras podem ser feitas pelo site: https://eu.ajudei.org/institutoyduqs/adote/site, ajudando o Instituto Ela na aquisição dos itens.

Impacto da pobreza menstrual

De acordo com dados do relatório Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos (UNICEF/UNFPA, 2021), mais de 713 mil meninas vivem sem banheiro ou chuveiro em casa, e mais de 4 milhões não têm acesso a itens básicos de higiene nas escolas.

“A pobreza menstrual é um reflexo das desigualdades sociais e impacta diretamente a educação e autoestima de meninas e mulheres”, destaca a socióloga Kenia Kemp, docente da Wyden.

A médica ginecologista e obstetra Giovanna Milan, docente do IDOMED, reforça que a menstruação não deve ser um obstáculo à dignidade. “Trazer essa discussão ao ambiente universitário é essencial para a formação de profissionais mais conscientes”, afirmou.

Já a professora de Psicologia da Estácio, Valéria Wanda Fonseca, explica que o ato de doar também é simbólico. “É uma forma de acolher mulheres que enfrentam desafios emocionais, sociais e econômicos todos os meses”.

Ações educativas e cidadania

Desde que foi criada, a campanha Adote um Ciclo já beneficiou milhares de mulheres em situação de vulnerabilidade. Segundo as fundadoras do Instituto Ela, Sandra Garcia e Sonia Colombo, o projeto tem fortalecido a causa da dignidade menstrual e da igualdade de gênero ao longo dos seus quatro anos.

“Não se trata apenas de doar absorventes, mas de reforçar o compromisso social das instituições parceiras”, frisou Sandra.

Neste ano, calouros e veteranos das instituições de ensino participam ativamente das ações da campanha, que une solidariedade e conscientização. “A pobreza menstrual é um desafio real que afeta a educação e o trabalho de muitas mulheres. Juntos, podemos transformar essa realidade”, afirmou Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs.

Projeto de lei avança no Senado

O tema também ganhou destaque no Congresso Nacional. A Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto de lei 4968/2019, que propõe o Programa Nacional de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. A iniciativa surgiu de uma proposta popular com mais de 20 mil apoios.

A professora de Direitos Humanos do Ibmec, Adriana Ramos, ressalta que a promulgação da Lei 14.214/2021 foi um marco. “O acesso gratuito a absorventes para estudantes de baixa renda, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias é uma medida essencial para a promoção da dignidade humana e da equidade social”, concluiu.

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