O Ministério da Saúde lançou na última segunda-feira (6), a campanha ‘Doe leite materno: vida em cada gota recebida’, visando ampliar a oferta de leite materno a bebês internados nas unidades neonatais do país. Em Roraima, foram doados 1,4 mil litros de leite, beneficiando 1,2 mil recém-nascidos. Para 2024, a meta é ampliar em mais 5% a oferta de leite materno a bebês internados nas unidades neonatais do país.
Segundo dados divulgados pelo Ministério, em 2023, foram registrados 253 mil litros de leite humano doados, provenientes da ação de 198 mil mulheres. Isso beneficiou diretamente 225.762 recém-nascidos em todo o Brasil, representando um aumento de 8% em relação ao ano anterior e cobrindo 55% da demanda nacional por leite humano.
O secretário de Atenção Primária, Felipe Proenço, ressaltou a importância da doação de leite humano, destacando como essa prática melhora a vida das crianças em uma fase crucial de crescimento e desenvolvimento. Ele também enfatizou a importância da Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), que tem expandido sua atuação no Brasil.
A doação de leite humano é especialmente benéfica para recém-nascidos prematuros ou com baixo peso que estão internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatais e não podem ser amamentados pela própria mãe. A alimentação exclusiva com leite humano aumenta as chances de recuperação e contribui para uma vida mais saudável.
O Brasil possui 225 bancos de leite humano em todos os estados e 217 postos de coleta, resultado de uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), integrando a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno (PNAISC). Além dos benefícios à saúde dos recém-nascidos, a doação de leite humano também representa uma economia de recursos para o país, reduzindo a necessidade de compra de fórmulas infantis para recém-nascidos prematuros no Sistema Único de Saúde (SUS).
Incentivo à Amamentação no Ambiente de Trabalho
A campanha nacional de incentivo ao aleitamento em 2024 também visa apoiar a mulher trabalhadora que amamenta. O Ministério da Saúde estimula e certifica empresas que mantêm salas de apoio à amamentação seguindo diretrizes nacionais, com 274 salas certificadas em todo o país.
Em 2023, foi anunciado que essas salas serão integradas ao projeto das novas Unidades Básicas de Saúde, e um projeto piloto está implementando salas de apoio à amamentação em unidades já em funcionamento, começando em cinco estados: Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná. Um exemplo é o Banco de Leite Humano dos Servidores, onde mães com dificuldades para amamentar recebem orientações e suporte necessário para a ordenha e o armazenamento do leite, podendo doar o excedente aos recém-nascidos internados no hospital.
Benefícios da Amamentação
O Ministério da Saúde destaca que a amamentação é a forma mais econômica e eficaz de proteção para reduzir a morbimortalidade infantil, com impacto significativo na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Além disso, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis, destacando-se como uma estratégia fundamental na redução das mortes nessa faixa etária.